Escolhido por José Maria Marin em janeiro deste ano para
exercer o cargo de técnico e coordenador das categorias da Seleção Brasileira,
pro conta do seu estilo rígido e disciplinador, Alexandre Gallo está realizando
um processo de mudanças de diretrizes no comando das categorias inferiores do
Brasil.

Ex-volante de Santos, Botafogo, São Paulo, Portuguesa, Corinthians
e Guarani, Gallo revelou em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo,
publicada nesta terça-feira (23), que as categorias de base da seleção está
passando por diversas mudanças e, além das questões táticas e de qualidade, os
jogadores terão que mostrar comprometimento e comportamento disciplinar para
conquistar um espaço no selecionado brasileiro.

“Quando eu cheguei na CBF, me falaram: ‘O jogador aqui é
convocado sempre pela capacidade dele, por serem jogadores comprometidos e
também pelo caráter’. Eu falei: ‘Está errado. E a partir de hoje vamos virar a
página ao contrário. Vamos convocar primeiro pelo caráter, segundo pelo comprometimento
e cumplicidade com o trabalho e terceiro pela capacidade’. Por que não pela
capacidade em primeiro? Porque todos os jogadores convocados pela seleção brasileira
são jogadores capazes”, explicou.

Focado em apagar o vexame da seleção sub-20 no Sul-Americano
do início do ano, disputado na Argentina e que o Brasil foi eliminado ainda na
primeira fase, Gallo enfatiza que o momento é de mudança radical. Técnico desde
2003 e com passagens por Internacional, Atlético-MG, Santos e Náutico, seu
último time, o treinador extinguir o uso de brincos entre os jogadores, cabelos
extravagantes e também os fones de ouvido, como forma de frear algumas
ostentações.

“Eu vou implantar uma nova mentalidade na base. Não tem mais
brinco, não tem fone de ouvido, não tem cabelo, marra, nada. Os que têm, estão
fora. Só jogadores comprometidos serão convocados. O grande lance é o que
aconteceu na Copa das Confederações. Por que todo mundo gostou do Brasil?
Porque houve comprometimento e cumplicidade no trabalho. Os jogadores eram
quase os mesmos de antes, mas o comprometimento mudou”, afirmou.

Sem nunca ter trabalhado com categorias de base, mas com mais
de 13 anos de experiência dentro de campo, Gallo tem como grande objetivo
faturar o ouro na Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro. Além disso, o treinador
já foi apontado por Marin como o favorito a suceder Felipão após a Copa do
Mundo de 2014, no Brasil.


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Disciplinador, Gallo promete fim de brinco e fone de ouvido na base da seleção