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Imagine você, meu compatriota brasileiro, vivendo num país onde não existem cambistas. Imagine pegar uma fila enorme sabendo que com certeza você vai ter seu ingresso a um preço justo. Imagine você saber que na porta não vai ter um cara com mais de 100 ingressos vendo por um preço 10 vezes maior do que normal. Em Londres isso já existe. A resposta é extremamente simples: fiscalização e organização.

Não estamos falando do cara que vai vender seu ingresso porque, por algum motivo, não pôde mais ir ao evento. Estamos falando dos caras que vão na bilheteria ou já têm esquema com alguém da organização e ficam com uma boa porcentagem dos ingresso. Nem na Copa do Mundo o brasileiro escapou, haja visto os escândalos que estouraram no meio do evento envolvendo uma máfia de cambistas dentro da FIFA. A organização pro ATP World Tour Finals dos londrinos é de dar inveja à nossa Copa do Mundo. Por mais que o evento seja menor que a Copa, não deixa de ser um baita evento. Ano passado o ATP Finals recebeu mais de 286 mil fãs em 8 dias, não é pouca coisa.

No ingresso, você tem impresso seu nome, a fileira e a cadeira em que você vai sentar.  Você passa por pelo menos três checagens até chegar ao seu assento, e você sabe que seu lugar vai ser respeitado. Isso evita a formação de filas, já que com o lugar garantido, ninguém precisa chegar cedo.

Repórter feliz com seu lugar marcado e garantido dentro da Arena.

Repórter feliz com seu lugar marcado e garantido dentro da Arena.

Essa era a minha visão da quadra, em um dos "piores" lugares da Arena.

Essa era a minha visão da quadra, em um dos “piores” lugares da Arena.

A fiscalização ao redor do estádio também é ótimo, e eu fui “vítima” dela. Enquanto fazia outra pauta, eu carregava dois papeis sulfites na mão e caminhava em volta da Arena O2, parando e conversando com os fãs que iriam assistir ao jogos do dia. Como eu ficava andando de um lado para o outro e sempre “importunando” o pessoal, minha atitude foi considerada suspeita. Com muito respeito – com direito a ser chamado de “sir” – uma das seguranças me parou e pediu para mostrar os tickets que eu estava tentando vender, referindo-se aos papeis que eu carregava. No final das contas, expliquei que estava entrevistando a galera e mostrei os papeis, que eram uma foto do Guga e outra do Ronaldo. Passado o mal entendido, fui liberado e a moça explicou em seu radinho à outra pessoa o que estava acontecendo. Ou seja: algum organizador estava me observando e mandou essa segurança me abordar. Imagine se algum cambista tem condição de “trabalhar” (bota aspas nisso) nessas condições…

Outro golpe, porém, é muito comum em Londres e pega diversos turistas desavisados. Sabe aquele truque de colocar um bolinha embaixo de um copo e embaralhar com mais outros dois copos? Pois é, eu flagrei vários turistas sendo enganados nesse golpe. Sempre acompanhado de pelo menos mais duas pessoas, os caras tavam tirando dinheiro fácil dos turistas que acreditavam na encenação.  Eu até tentei tirar fotos da ação, mas um dos capangas do cara ficava entrando na minha frente toda hora. E como ele era bem grande, resolvi guardar minha câmera e ser mais discreto. Puxei o celular, fui para o outro canto e tirei essa foto na miúda:

Golpe

 

Viram quanta gente em volta? É, mas logo alguém descobriu o truque e ele saiu correndo, deixando tudo pra trás. Um cara que não tinha aparecido até então passou recolhendo tudo e se misturou na multidão. Se um dia for visitar Londres, não caia nessa!
Você nunca vai ganhar, sério. Eles tem as mãos muito rápidas e, sem você perceber, eles retiram a bolinha de onde você escolheu e a esconde em outro copinho.

Nenhum lugar é perfeito, amigos.

 

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Em Londres cambista não tem vez, mas turistas desavisados caem em golpe antigo