A árbitra Ana Paula Oliveira tem 27 anos e já é uma das maiores profissionais que o Brasil já teve. Começou como assistente de campo, o famoso bandeirinha. E foi nessa posição que começou a se destacar, mais especificamente na final do Paulistão de 2003 entre São Paulo e Corinthians, em que o Timão venceu por 3 a 2. Roubando a cena dos marmanjos e grandes árbitros brasileiros, ela vem encantando os apaixonados por futebol com suas impecáveis atuações.

<b>Vírgula Esportes</b>: O que você acha do ex-árbitro Edílson Pereira de Carvalho ter colocado no livro “Cartão vermelho” tudo o que aconteceu no episódio sobre a Máfia do Apito?

<b>Ana Paula</b>: É complicado porque é uma óptica dele. Eu acho que é uma opinião e tem que ser respeitada. É a história da vida dele. A única coisa que eu vou voltar a dizer é que a imprensa está dando muito ibope para o Edílson, porque ele foi uma pessoa que errou, que falhou, admitiu o erro e está tentando dar a volta por cima. Ele tem esse direito. O problema é que ele está sendo muito mais popular do que nós árbitros em exercício, que fazemos nosso trabalho bem feito, que somos sérios e que temos uma vida idônea. Quer dizer, hoje eu ganho X, brigo pra dar certo, pra ter um orçamento legal e não reconhecem isso. Reconhecem mais o caso dele, que ganhou ibope por causa de um erro. Por que não valorizar os árbitros que estão aí, brigando e buscando como o Simon, o Wellington Abade e até eu mesma? Só dá Edílson na televisão, só dá Edílson nos jornais. Eu não comprei o livro, não sei se vou comprar. É uma visão dele e não sei até que ponto essa visão é a visão correta. Trabalhei com ele e o respeito muito como profissional. Lamento o que houve. E se escrevendo ou comentando ele vai conseguir uma boa rentabilidade eu não sei. Se ele tiver esse espaço, que siga adiante.

<b>VE</b>: Você já foi ofendida dentro de campo por ser uma mulher? Por algum técnico ou jogador?

<b>Ana Paula</b>: Não. Já tiveram jogos importantes. É coisa do calor do jogo e eu não levei por ofensivo e ficou por isso mesmo. Posso dizer que dentro de campo sou bastante respeitada. Não só por um, mas por vários jogadores. E não só por jogadores, mas por grandes técnicos como Leão, Luxemburgo, Muricy. Acho bacana essa troca. Eu respeito o atleta, respeito técnicos e dirigentes. E ganho com isso o respeito deles. Espero manter isso durante minha carreira.

<b>VE</b>: O futebol feminino aqui no Brasil é extremamente injustiçado. Temos uma das três melhores jogadoras do mundo, a Marta, e mesmo assim o esporte não é incentivado por ninguém. Por que isso acontece?

<b>Ana Paula</b>: Eu lamento. Falta o incentivo dos empresários. Quando tem empresários envolvidos consegue-se mudar a cara. A gente tem grandes atletas, a prova disso é a Marta que está entre as três melhores do mundo. Mas a Federação Paulista, junto com a secretária do Estado, com o Lars Grael, que é uma pessoa que pensa nisso, vão fazer um torneio feminino aqui em São Paulo. Como uma Copa São Paulo de Futebol Feminino. Já é um incentivo. Além disso, o nível técnico aumentou muito. Acho que o que falta são os empresários olharem com mais carinho, apostarem mais nas meninas.

<b>VE</b>: E a sua preparação pra Copa. Você acha que algum dia vai haver uma mulher apitando em uma Copa do Mundo?

<b>Ana Paula</b>: Eu acho que vai ter sim. E se Deus quiser vai ser eu. Sou uma pessoa determinada, persistente. Quando eu comecei falaram assim: “Não sonha, você nunca vai estar no Maracanã e nunca vai fazer um clássico”. Já fiz vários clássicos em minha carreira, não só em SP, mas também fora daqui. Tive em Atenas nos jogos Olímpicos. Estive no Maracanã, no Beira-Rio, na Fonte Nova. E fiz finais. Fui uma das árbitras que mais finais fez aqui em São Paulo. Quer dizer, o que falavam pra mim que era impossível fazer, já consegui e estou fazendo meu nome aqui no Brasil. E tenho certeza que se a Comembol, nosso órgão internacional, apostar em mim, eles não irão se arrepender. Só preciso que eles apostem. Se eles apostarem eu consigo chegar em 2010 e brigar de igual pra igual por uma vaga.

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Exclusiva com Ana Paula Oliveira