<br>O torcedor brasileiro vem se acostumando aos chamados “times de empresários". Clubes como São Caetano, Ipatinga e Barueri, dentre outros, possuem em comum uma história ainda curta (o mais antigo dos três é o Barueri, fundado em 1989), acessos seguidos em pouco tempo e, especialmente, o patrocínio pesado de prefeituras ou homens de poder dispostos a investir.

Com um respeitável currículo de títulos para seus sete anos de existência (4 Estaduais, 1 Brasileiro da Série C e 1 Brasileiro da Série B), o Brasiliense Futebol Clube, de Taguatinga-DF, é um dos casos mais bem sucedidos nesse cenário de jovens equipes. Porém, um sentimento de decepção é o que impera no coração da chamada torcida "Febre Amarela". Apesar de impor respeito na Série B e ser quase imbatível no Distrito Federal, o time falhou nas duas oportunidades de brilhar na elite nacional – na final da Copa do Brasil de 2002 e na Série A do Brasileirão, em 2005.

O estigma de “quase vencer” não recai somente sobre o clube, mas também é um fantasma para os jogadores presentes nos elencos de 2002 e 2005, que alcançaram grande exposição na mídia.

Todos caíram no esquecimento. Hoje em dia é uma complicada missão localizar o paradeiro de atletas promissores como o goleiro Donizetti, vice-campeão da Copa do Brasil de 2002 (considerado “um jogador de muita técnica, com lugar em qualquer time grande”, segundo Paulo Henrique Lorenzo, preparador de goleiros da época e atual gerente de futebol do Brasiliense), e que hoje em dia defende as metas de outra equipe da grande Brasília, o rival Gama, após muitos contratos curtos por times pequenos de todo o país.

Até o técnico Péricles Chamusca, apontado na época como símbolo da nova geração de treinadores, perdeu espaço nos noticiários e foi ganhar dinheiro no Oita Trinita, do Japão.

E o que dizer então dos veteranos do Brasileirão 2005? Iranildo, Vampeta, Marcelinho Carioca… O time que “mesclava experiência e juventude” foi uma aposta de risco do polêmico presidente Luiz Estevão, senador cassado em 2000 por acusação de envolvimento no desvio de verbas das obras do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo. E a aposta deu muito errado.

A equipe terminou dividida em duas “panelas”, lideradas uma por Iranildo e outra por Marcelinho Carioca. Acabou na lanterna do campeonato, rebaixada para a Série B.

Líder do Estadual, o Brasiliense está classificado para a segunda fase da Copa do Brasil (onde enfrentará o Sport Recife) e garante que não se intimida com a presença do Corinthians na Série B. Aliás, a revanche da final da Copa do Brasil de 2002 – até hoje tida como "roubada" pela torcida Febre Amarela – está marcada para 14 de junho, no Pacaembu, e 16 de setembro, na Boca do Jacaré.

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Fama passageira: Brasiliense brilhou, mas continuou pequeno