Pelo segundo ano consecutivo, o Fluminense foi eliminado nas quartas de final da Taça Libertadores ao perder para o Olimpia por 2 a 1 nesta quarta-feira no jogo de volta, em Assunção, depois de ter ficado no empate sem gols com a equipe paraguaia em São Januário, há uma semana.

Em busca do sonhado título inédito, o atual campeão brasileiro até saiu em vantagem no placar, com gol de Rhayner, logo no começo da partida no estádio Defensores del Chaco. Contudo, ainda no primeiro tempo, Salgueiro balançou a rede duas vezes em cinco minutos, uma de falta, em falha do goleiro Diego Cavalieri, e outra de pênalti, e colocou os donos da casa de pela primeira vez entre os quatro melhores da América desde 2002, ano em que foram campeões.

Com isso, o Tricolor cai nas quartas mais uma vez, como aconteceu no ano passado. Na ocasião, o time do técnico Abel Braga foi eliminado pelo Boca Juniors.

Nas semifinais, que acontecerão apenas em julho, após a Copa das Confederações, o Olimpia terá pela frente o Independiente Santa Fé, que derrubou o Real Garcilaso com dois triunfos.

A única esperança de a taça continuar no Brasil, o que vem acontecendo desde 2010, é o Atlético-MG. O Galo empatou com o Tijuana em 2 a 2 no México e tentará confirmar a classificação nesta quinta, na Arena Independência. Se passar, o vice-campeão nacional terá pela frente o Newell’s Old Boys, que levou a melhor no confronto argentino com o Boca Juniors.

Recuperado de um edema na panturrilha esquerda, o meia Thiago Neves ficou no banco e entrou na segunda etapa. O também meia Deco e o atacante Michael continuam fora do Tricolor por cumprirem suspensão preventiva por doping.

No Olimpia, Éver Almeida teve dois desfalques importantes, o volante Eduardo Aranda, expulso no Rio, e com o lateral-esquerdo Sebastián Ariosa, com problemas de saúde que o clube não quis divulgar. Já o zagueiro Julio Manzur era dúvida, mas foi para a partida.

Com prometido por Abel Braga, o Fluminense não se limitou a defender, mas, ao contrário, tomou a iniciativa no começo e foi presenteado logo aos nove minutos do primeiro tempo com um presente de Manzur. Após chutão de Leandro Euzébio, o defensor tentou o recuo para o goleiro Martín Silva, mas cabeceou fraco. Esperto, Rhayner chegou primeiro, tocou por cobertura e fez 1 a 0.

Mostrando que realmente estava afim de jogo, o Flu continuou tendo mais a bola. Aos 13, Wellington Nem desceu pela direita e bateu de fora. A bola desviou e facilitou o trabalho do arqueiro paraguaio.

E Rhanyer estava mesmo impossível no começo da partida. Aos 18, o atacante acelerou pela ponta direita, entrou na área com um belo drible em Miranda e tocou para o meio. A bola quase sobrou para Fred, mas a defesa tirou o perigo de lá.

Sem esperar muito tempo, o técnico Almeida mexeu no Olimpia ainda aos 20 minutos, tirando o volante Caballero e mandando o atacante Ferreyra a campo. Era o que o tricampeão da América precisava para reagir.

Os donos da casa foram se encontrando em campo, e aos 26 Bareiro cabeceou para o meio da área e o próprio Ferreyra dividiu com Diego Cavalieri, que levou a melhor. Três minutos depois, já num sufoco contra o Flu, Salinas aproveitou bate-rebate na área e encheu o pé. Bruno salvou.

Usando das faltas em excesso para frear o adversário, o campeão brasileiro foi castigado aos 35 minutos. Salgueiro cobrou falta direta da ponta esquerda, Cavalieri deu um passou à frente esperando o cruzamento e foi encoberto. Goleiro da seleção falhou no empate do Olimpia.

A situação ficou ainda pior cinco minutos depois. Digão se enroscou com Bareiro dentro da área, e o árbitro marcou pênalti. Salgueiro cobrou com muita categoria, o camisa 1 do Flu ainda acertou o canto, mas não evitou a virada.

Apagado, o Tricolor ainda escapou por muito pouco de sofrer o terceiro ainda antes do intervalo. Ferreyra teve espaço para dominar dentro da área, ajeitar o corpo e acertar o pé da trave direita.

A equipe carioca voltou do intervalo atacando com tudo, mas quase foi surpreendida logo aos três minutos. Leandro Euzébio recuou mal para Jean, que perdeu a bola. Foram dois atacantes contra Edinho, que evitou o pior.

A partir daí, o Flu se tornou dono da bola, mas o Olimpia sabia segurar o jogo, tanto marcando bem quanto catimbando. A bola “sumia” com os gandulas, e cada reposição demorava bastante.

Os visitantes chegavam menos do que gostariam e com intensidade menor. Aos 19 minutos, Carlinhos fez boa jogada individual, passou por dois defensores, mas, de pé direito, finalizou por cima.

Nem a bola parada, arma tantas vezes usada, ajudou o Fluminense. Aos 24 minutos, Wagner cobrou infração para a área, Fred desviou levemente e mandou para fora. Na resposta imediata, Ortiz saiu na cara de Cavalieri, mas o arqueiro tirou em lateral.

Em nova falta, aos 29, Thiago Neves mostrou categoria, mas tirou tinta da trave esquerda. O sufoco para cima da equipe anfitriã se tornou cada vez maior, mas as ações ofensivas eram desorganizadas, baseadas em cruzamentos e lançamentos longos.

Os dois últimos suspiros do Tricolor foram dados em sobras de bola em pés esquerdos, de Wagner e Carlinhos, duas vezes, mas ambos erraram feio. Até Cavalieri foi para a área nos acréscimos à procura do gol salvador, que, entretanto, não apareceu.

Ficha técnica:.

Olimpia: Martín Silva; Manzur, Miranda e Candia; Alejandro Silva, Pérez, Caballero (Ferreyra) (Báez), Ortiz e Salinas; Salgueiro (Paredes) e Bareiro. Técnico: Éver Hugo Almeida.

Fluminense: Diego Cavalieri; Bruno (Thiago Neves), Leandro Euzébio, Digão e Carlinhos; Edinho, Jean (Samuel) e Wagner; Rhayner, Wellington Nem (Rafael Sobis) e Fred. Técnico: Abel Braga.

Árbitro: Daniel Fedorczuk (Uruguai), auxiliado por seus compatriotas Miguel Nievas e Carlos Pastorino.

Cartões amarelos: Alejandro Silva, Candía, Ortiz e Manzur (Olimpia); Jean e Digão (Fluminense).

Gols: Slagueiro (2x) (Olimpia); Ryanher (Fluminense).

Estádio: Defensores del Chaco, em Assunção.


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Fluminense sofre virada em 5 minutos e está fora da Libertadores

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