Responsável por silenciar o Estádio do Maracanã com mais de 200 mil pessoas na final da Copa do Mundo de 1950, o ex-ponta-direita Alcides Ghiggia, autor do segundo gol da vitória do Uruguai por 2 a 1 contra o Brasil, revelou que a comemoração pelo título foi regada a sanduíches e muita cerveja. Em entrevista ao espanhol Fiebre Maldini que, o uruguaio de 87 anos contou que festividade foi ‘tímida’ por um imprevisto após o Maracanazo.

“Foi um orgulho defender o Uruguai e dar o título à seleção. Demos a volta olímpica. São momentos de muita alegria. Depois disso, nós fomos para o hotel e fomos atrás de nosso tesoureiro. Como não o encontramos, nossa festa com comer sanduíches e tomar cerveja”, contou o uruguaio.

No papo para o site espanhol da emissora Canal +, Ghiggia reconstruiu a trajetória da seleção durante a campanha do primeiro mundial no Brasil e apontou o adversário mais complicado para ele na Copa de 50.

“O primeiro jogo foi contra a Bolívia. Estávamos um pouco nervosos por conta da estreia, mas no final o jogo acabou sendo fácil (vitória por 8 a 0). Em São Paulo, jogamos contra a Espanha e empatamos em 2 a 2. Mais tarde, chegou a Suécia, outra equipe europeia que não sabíamos como jogava. Diante dos suecos, pudemos nos remontar e ganhamos por 3 a 2. Foi o encontro mais difícil que tivemos”, disse Ghiggia.

Sobre o jogo contra o Brasil, Ghiggia contou que todos no Rio de Janeiro já davam a derrota do Uruguai como certa, o que incentivou ainda mais a equipe Celeste. “No Rio de Janeiro, no Maracanã, jogamos a final do Mundial. O Brasil chegava muito confiante, pois vinha goleando todas as seleções. Em todos os jornais já haviam colocado ‘Brasil, campeão do mundo’ e só faltavam colocar o resultado. O primeiro tempo acabou 0 a 0. No segundo tempo, o Brasil nos fez um gol. Tivemos que atacar e atacar, e chegamos ao empate graças ao gol de Schiaffino. Ai vimos que poderíamos ganhar, porque eles se fecharam e os torcedores se calaram. Aos 34 minutos fiz o segundo gol. O goleiro acreditava que eu ia centralizar o chute, mas mirei no canto, vi que tinha espaço e a bola entrou. Quando fizemos o segundo gol, sabíamos que o Brasil não nos venceria mais”, explicou.

Sobre a estrela de ter marcado o histórico gol que calou o Maracanã, o ex-atacante dividiu os méritos com seus companheiros da época. “Tive a sorte de fazer o gol, mas temos que olhar para todos os nossos jogadores. Eu não ganhe sozinho, mas sim com a ajuda de todos os jogadores. Fui apenas mais um jogador dentro de uma equipe. Fiquei muito feliz pela alegria que levei ao meu país”, completou.


int(1)

Ghiggia recorda final da Copa de 1950 e diz que comemorou o título com muita cerveja