Atual campeão, o Corinthians deu adeus à Taça Libertadores nessa quarta-feira (15), ao empatar com o Boca Juniors em 1 a 1, no jogo de volta das quartas de final da competição.

Jogando no Pacaembu, o time paulista precisava reverter a vantagem que o time argentino obteve no primeiro duelo, com a vitória por 1 a 0. A situação piorou com gol de Juan Román Riquelme na etapa inicial. Paulinho empatou no segundo tempo, mas os outros dois gols não saíram e a eliminação foi selada.

Com a queda corintiana, a competição continental chegará ao seu 12º ano sem um bicampeão. O último foi justamente o Boca Juniors, que levantou o troféu em 2000 e 2001, batendo Palmeiras e Cruz Azul, respectivamente.

Quem chegou a uma marca expressiva hoje foi o técnico argentino Carlos Bianchi, que pela oitava vez ajudou a eliminar uma equipe brasileira. O comandante Xeneize busca neste ano seu quinto título da Libertadores, o quarto com o Boca – foi campeão uma vez com o Vélez Sarsfield.

Agora, a equipe portenha enfrentará nas quartas de final o Newell’s Old Boys, que mais cedo despachou o Vélez Sarsfield, fora de casa, com vitória por 2 a 1, revertendo a desvantagem sofrida no jogo de ida, quando perdera por 1 a 0.

Já o Corinthians voltará suas atenções para a decisão do Campeonato Paulista, já que no domingo (19) terá pela frente o Santos, no duelo de volta. No restante da temporada, a equipe tem como principal objetivo garantir vaga na próxima edição da Libertadores, seja pela Copa do Brasil ou Campeonato Brasileiro.

A grande novidade para a partida de hoje foi justamente a presença de Riquelme, que não atuou em La Bombonera. Com isso, o ex-corintiano Juan Manuel Martínez foi para o banco. Já o meia Pablo Ledesma, expulso no jogo de ida, ficou de fora.

O time paulista, por sua vez, entrou em campo com a mesma formação da primeira partida. Os desfalques eram o meia Renato Augusto, lesionado, e Jorge Henrique, afastado do elenco pela diretoria por indisciplina.

Se nas arquibancadas a Fiel torcida fazia sua parte, no gramado, o Corinthians não se encontrava desde o início. O Boca Juniors desde o primeiro minuto foi mais efetivo no ataque, com uma forte marcação no meio de campo e saídas rápidas buscando os homens de frente.

Logo aos 9 minutos de jogo, em uma das poucas chegadas ao setor ofensivo, Emerson teve ação impedida pelo corte de Marin com a mão. O atacante reclamou de um pênalti, que não foi marcado pelo árbitro Carlos Amarilla, que ainda advertiu o Sheik com cartão amarelo.

Aos poucos, o Corinthians dominou a posse de bola, mas sem conseguir levar perigo ao adversário, o que só aconteceu aos 23 minutos de jogo, quando Romarinho recebeu livre e, quando se livrava do goleiro Orion, o lance foi anulado por um impedimento inexistente marcado pela arbitragem.

Se os donos da casa não conseguiam marcar, entrou em cena o craque do Boca. Em jogada pela esquerda ofensiva, aos 24 minutos, Riquelme ajeitou e chutou de fora da área, surpreendendo e encobrindo o goleiro Cássio, abrindo o placar da partida.

A partir deste momento, se vencer já era preciso, agora o Corinthians precisava colocar dois gols de frente para eliminar o adversário. Ainda na primeira etapa, quem esteve perto de marcar, no entanto, foi o time argentino. Aos 33 minutos, Blandi recebeu na área e fuzilou Cássio, que salvou sua equipe.

Sem opções e com 45 minutos para fazer três gols, Tite optou por duas alterações no intervalo, com as entradas de Edenílson e Alexandre Pato, nos lugares de Alessandro e Romarinho.

O bombardeio corintiano começou antes mesmo do fim do primeiro minuto da etapa final. Após cruzamento na área, a bola sobrou para Danilo que, de dentro da área, encheu o pé, obrigando Orion a defender com uma das pernas. Aos 4, foi Paulo André quem tentou, de cabeça, após cruzamento de Emerson.

E um minuto depois, finalmente o Pacaembu pôde explodir, quando Emerson fez jogada pela direita, acertando belo cruzamento, colocando a bola na cabeça de Paulinho, que deu leve toque para o fundo das redes, igualando o placar.

Melhor em campo, o Corinthians não escapou de levar sustos. Aos 13, Riquelme apareceu de novo com um chute de longa distância, que Cássio defendeu dando rebote. O atacante Blandi ficou sozinho, se esticou todo, mas não conseguiu acertar o gol.

A resposta alvinegra veio no lance seguinte, quando Ralf levantou bola na área e Paulinho escorou em direção ao gol, parando na defesa de Orion. Na sequência do lance, em cobrança de escanteio, após bate e rebate, o camisa 8 conseguiu colocar a bola no fundo das redes, mas a arbitragem marcou falta no goleiro do Boca.

Aos 22 minutos, Riquelme deixou o gramado para a entrada do atacante Viatri, quando o time argentino já abusava de uma costumaz artimanha: a catimba. Antes de deixar o campo, o camisa 10 Xeneize quis até cumprimentar Carlos Amarilla.

Aos poucos, os visitantes conseguiram “esfriar” o jogo, já que o Corinthians seguia com maior posse de bola, mas sem chegar ao gol de Orion. Aos 29, Tite colocou sangue novo no setor de armação, com Douglas no lugar de Danilo.

Logo em seguida, os donos da casa ficaram, literalmente, a centímetros de desempatar a partida. Após receber na área, Pato conseguiu se livrar de Orion com um leve toque, e na hora de empurrar para as redes, se enrolou com a bola, que saiu mansamente pela linha de fundo.

A oportunidade clara perdida parece ter sido o golpe de misericórdia para os corintianos, que não conseguiram mais levar grande perigo. Só quem se manteve acesa foi a torcida, que mesmo depois do apito final permaneceu no Pacaembu, para aplaudir os atuais campeões mundiais e entoar o hino da equipe.


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Liderado por Riquelme e Bianchi, Boca se vinga do Corinthians na Libertadores