Comandada por Carlos Alberto Parreira, a seleção da África do Sul já está na Granja Comary, em Teresópolis, onde buscará inspiração no centro de treinamentos dos pentacampeões mundiais de futebol.

Os sul-africanos ficarão concentrados na cidade da região serrana fluminense nos próximos dias, e farão alguns amistosos durante sua passagem pelo Brasil, onde faz uma das etapas de sua preparação para a Copa do Mundo.

“A ideia de trazê-los pra cá é porque aqui é o berço do futebol mundial. Grandes jogadores campeões do mundo com a seleção brasileira treinaram aqui, e quero que isso sirva de inspiração para os nossos jogadores”, disse Parreira.

O treinador, que assumiu o cargo em outubro do ano passado, afirmou que o futebol do país anfitrião do Mundial “não tem uma identidade definida”, e que a visita ao Brasil será importante para que os Bafana Bafana aprendam a jogar com a bola no chão, ao invés de priorizar lançamentos.

“Acho que nosso estilo (do Brasil) é o que melhor se adapta ao futebol sul-africano, e por isso nada melhor que jogar no Brasil contra equipes locais para aprender a jogar com a bola no chão”, afirmou.

Segundo o técnico, os sul-africanos depositaram muitas expectativas em sua seleção, e esperam que esta passe da primeira fase, algo inédito.

“Há uma pressão muito grande, o torcedor pensa com o coração. Eles querem que a seleção chegue à semifinal ou na final, não querem saber se o time está bem no ranking da Fifa. O que eles querem é o resultado”, alegou.

Parreira, que já foi técnico da África do Sul entre janeiro de 2007 e abril de 2008, disse que se sente “privilegiado” por treinar a equipe anfitriã do Mundial, algo que nunca lhe aconteceu, apesar de ter ido a Copas do Mundo como técnico de Brasil, Kuwait e Arábia Saudita.

No que se refere às infraestruturas e à segurança do Mundial, o brasileiro afirmou que o país “está quase pronto”, e manifestou sua confiança nas autoridades locais.

“Algumas áreas serão cobertas por segurança durante a Copa. Fora delas, se houver algo, é como se algum turista entrasse por conta própria em alguma favela do Rio”, justificou.

Os Bafana Bafana chegaram ontem ao Brasil e hoje fizeram seu primeiro treino no país.

Além de enfrentar o Cruzeiro, no dia 17 deste mês em Belo Horizonte, e o Botafogo, em 20 de março no Rio de Janeiro, os sul-africanos enfrentarão o Paraguai no dia 31 em Assunção.

Para esta fase preparatória, Parreira convocou 29 jogadores de equipes sul-africanas, já que os que atuam no exterior não obtiveram permissão de seus clubes.

Após passar o mês de março no Brasil, a África do Sul ficará três semanas na Alemanha, onde realizará outra série de amistosos preparatórios para o Mundial.

A equipe de Parreira voltará a Johanesburgo cinco semanas antes do início da Copa.

Campeão mundial com o Brasil em 94, Parreira afirmou que o grupo A, da África do Sul, é “um dos mais difíceis” da competição. As outras seleções da chave são França, México e Uruguai.

“A Copa é diferente. A motivação é diferente, a maneira de jogar é diferente. Por isso é tão importante que encontremos nossa identidade até lá”, concluiu.


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Parreira e África do Sul buscam inspiração no Brasil