O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), o belga Jacques Rogge, reprovou a atitude de atletas que mudam de nacionalidade apenas por motivos econômicos, mas disse que o organismo “não pode fazer nada legalmente” para evitar que isto aconteça.

“Alguns atletas mudam de nacionalidade por razões legítimas de casamento, trabalho ou estudos. Outros, majoritariamente de países em desenvolvimento, mudam de país porque o seu não oferece absolutamente nenhum apoio ao esporte. Isto não é o que mais me agrada, embora possa entender as razões”, afirmou Rogge após a realização da reunião da Comissão Executiva do COI em Lausanne, na Suíça.

“No caso de uma simples troca por dinheiro, legalmente isto não pode ser evitado, mas obviamente não me agrada”, insistiu.

As naturalizações realizadas pelo Reino Unido recentemente foram objeto de polêmica no país, principalmente depois do Mundial de Atletismo Indoor da semana passada, em Istambul, na Turquia. Na ocasião, alguns atletas de outros países que se naturalizaram britânicos não souberam cantar a letra do hino nacional.

Jacques Rogge se referiu a outra polêmica relacionada ao Reino Unido: a do orçamento dos Jogos Olímpicos de Londres. Embora a Comissão de Contas Públicas da Câmara dos Comuns tenha dito na semana passada que os gastos para a competição subiram de 9,300 bilhões de libras para 11 bilhões, Rogge garantiu nesta quarta-feira que apesar dos “rumores” o número original ainda não foi alterado.

“Recebemos esta confirmação por parte do ministro (dos Esportes) Hugh Robertson e nesta manhã do comitê organizador”, afirmou.

A apenas quatro meses dos Jogos, Rogge disse que sua mensagem para os organizadores é a seguinte: “concentrem-se e não baixem a guarda até a cerimônia de encerramento dos Jogos Paraolímpicos”.

Em relação à participação da delegação síria nos jogos, o presidente se mostrou consciente que as atuais circunstâncias no país “não são fáceis para os desportistas”, por isso o COI ajudará “no que for necessário” para garantir sua vinda para Londres.

Por outro lado, explicou que se alguns dos dirigentes sírios não são pessoas bem-vindas pelas Nações Unidas ou a União Europeia, o governo britânico poderá negar sua entrada no país.

Após a reunião da Comissão Executiva do COI realizada hoje, ocorrerão mais dois encontros antes dos Jogos Olímpicos de Londres, em abril, em Moscou, na Rússia; e em maio, em Québec, no Canadá, onde será feita a pré-seleção das cidades candidatas (Madri, Doha, Baku, Istambul e Tóquio) aos jogos de 2020.


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Presidente do COI reprova atletas que mudam de nacionalidade