Alain Delon foi considerado por muito tempo o homem mais belo do mundo. Isto nunca o agradou, mas mesmo trabalhando com diretores de cinema renomados como Luchino Visconti, Michelangelo Antonioni e Jean-Luc Godard, ele sempre foi visto para o grande público como um rosto bonito e nada mais.

Aos 77 anos, ele ainda continua sendo mais reconhecido por ser um homem bonito que por seu talento. O primeiro Talentoso Ripley do cinema, o herói das sagas de Visconti, o homem de filmes de ações, parece estar para sempre na sombra de sua beleza.

O menino criado em diversos lares, o adolescente problemático e um começo de vida adulta em Paris fazendo muitos subempregos deram a ele carga dramática necessária para figurar entre os bons atores da época áurea do cinema francês, mas ser belo acabou se tornando um tormento para que o público enxergasse além de um rostinho bonito.

Hoje, ainda bonito, mas sem a juventude, e também com o peso da história do cinema em suas costas, é mais fácil enxergar o talento que parecia nunca se impor.

Muitos famosos, hoje acima da faixa dos 60 passaram por isto, outros não. Mas talvez esta seja a maior sina do galã, provar que tem algo a mais além da carcaça admirável.


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Alain Delon e a difícil arte de provar-se um bom ator por trás da beleza

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