Famosos plastificados


Créditos: Getty Images

Em busca do corpo e da aparência perfeita, a cirurgia plástica surge como uma espécie de elixir da eterna juventude para famosos que vivem da imagem. Celebridades passam pelo bisturi em nome do “corpão sarado” ou na tentativa de reduzir os sinais de envelhecimento. Recentemente, Geisy Arruda fez uma operação no nariz, uma lipoaspiração, corrigiu uma cicatriz que tinha nas auréolas dos seios e uma cirurgia íntima. A quantidade de intervenções da ex-peoa do reality A Fazenda está longe de ser uma exceção, ela é hoje uma regra e não só entre as personalidades da mídia.

Segundo lugar no ranking mundial de cirurgias plásticas – perdendo só para os Estados Unidos -, o Brasil faz anualmente 1,7 mil intervenções estéticas desta espécie, isto é, a cada hora são realizadas 4,7 operações. Não é à toa que o país é conhecido como um lugar de excelência para se aprofundar neste ramo da medicina e temos nomes como o do cirurgião Ivo Pitanguy entre os maiores doutores do mundo nesta especialização.

Mas na corrida obsessiva pela beleza perfeita, pode-se cair em um erro e o que era para ser bonito, pode acabar bem mal, em algo transfigurado, quase bizarro. Ou ainda descaracterizar os traços que antes indicavam as feições da pessoa. Um exemplo máximo é o cantor Michael Jackson. O rei do pop sofreu tantas intervenções que seu nariz, por exemplo, simplesmente se transformou em algo muito distinto do que era.

Orlan, a artista plástica francesa que nasceu Mireille Suzanne Francette Porte, captou este sintoma tão contemporâneo e inseriu visceralmente em sua arte. Desde o meio da década de 1990, ela tem se submetido a incessantes cirurgias plásticas como parte de sua poética artística. Ela filma os procedimentos, faz pinturas e esculturas, performances e depois os expõem. A artista, no seu trabalho chamado A Reencarnação de Santa Orlan, refaz seu corpo para ficar parecido com modelos da história da arte e da mitologia. A discussão que ela propõe é o corpo como objeto e como forma de nos modelar e também como nós modelamos o corpo. Para ela, em certo sentido, a cirurgia plástica ao mesmo tempo que é um sinal da escravidão das pessoas em relações aos padrões estéticos vigentes, também pode ser um grito de “o corpo é meu e eu faço o que quero com ele”.

Então, paradoxalmente existe sim o componente estético e ditatorial nas intervenções estéticas, mas também tem uma mensagem subliminar de o corpo – o objeto mais vigiado de todos durante séculos – pertencer apenas ao seu dono, e isto é um ato de liberdade.

Veja na galeria acima famosos bem plastificados.


int(1)

Assim como Geisy Arruda, famosos buscam perfeição e liberdade através das cirurgias plásticas