Carlos Alberto Riccelli


Créditos: divulgacao

Depois de uma consagrada carreira como ator, Carlos Alberto Riccelli também passou a investir em trabalhos como diretor de cinema. Além de Stress, Orgasms and Salvation (2005) e O Signo da Cidade (2007), o terceiro filme com a direção de Riccelli estreia nos cinemas do país nesta sexta-feira (19), a comédia Onde Está a Felicidade?, que também conta com sua esposa Bruna Lombardi e o ator Bruno Garcia como protagonistas.

O longa venceu o prêmio de melhor filme pelo júri popular, no Festival de Cinema de Paulínia deste ano e a atriz espanhola María Pujalde, que faz a personagem Aura, conquistou o prêmio de melhor atriz coadjuvante.

Em entrevista por telefone para o Virgula Famosos, Riccelli falou sobre seus trabalhos, relembrou o marcante César Ribeiro de Vale Tudo, deu sua opinião a respeito da descriminalização da maconha e também comentou sobre a declaração que sua mulher Bruna Lombardi deu para a revista Playboy dizendo que está no ápice de sua vida sexual.

Virgula – Ultimamente, você prefere atuar ou dirigir filmes?

Carlos Alberto Riccelli – Eu gosto de atuar e dirigir, mas dirigir dá muito mais trabalho porque é em período integral, é uma entrega total e absoluta. Desde a criação de todo projeto, depois a preparação, claro também toda a capitação de dinheiro, parceiros, até a criação que é uma coisa muito trabalhosa e prazerosa ao mesmo tempo, sou apaixonado pelo que faço.

Seu segundo filme como diretor, O Signo da Cidade, é um drama, agora você fez uma comédia. O que você achou mais difícil fazer?

Eu gosto de qualquer gênero, como espectador, mesmo como ator, diretor. Eu gosto de ficção, adoro contar uma história. Cada projeto tem uma intenção, um conceito. Agora estou apaixonado por comédia, pois o reconhecimento é imediato. Na sala do cinema você já sabe se acharam engraçado ou não. O expectador vendo as cenas, rindo dos personagens, acaba rindo de si mesmo. Aprende a ver os próprios defeitos e perdoar os defeitos dos outros e não julgar tanto.

Seu personagem em César Riberio, em Vale Tudo, marcou muito em sua carreira. O que ficou dele para você?

Não pude assistir a reprise por estar ocupado com a finalização do filme. As pessoas nas ruas me paravam para falar sobre César Ribeiro e até meus amigos viviam me ligando para dizer que estavam encantados em rever a novela, que foi um grande sucesso na época. Retratava a realidade brasileira, que infelizmente não mudou muito. Eu adorava fazer esse personagem, não o julgava, não gosto de julgar nenhum personagem, mesmo como diretor, por mais que sejam péssimos os valores deles. Não gosto de ficar acima, acho que temos apenas que ser eles.

Em uma cena, César Ribeiro aparece enrolando um baseado. Quando a novela foi exibida em 1987, isso passou desapercebido, mas em 2011, durante a reprise, deu o que falar. Você acha que a sociedade está mais careta?

Talvez tenha ficado sim. Na época a gente estava mais perto da evolução cultural, dos hippies, em que se falava muito de liberdade sexual, paz, amor, todos estavam se sentindo mais livres. Passado o tempo, talvez tenha ficado mais careta sim.

O que você acha desse debate sobre a descriminalização da maconha?

Acho que do jeito que está a situação de hoje em dia em relação as drogas, tem que ser feito algo. É um problema com muitas facetas, muita coisa a se estudar. Todos esses poderes paralelos que existe estão relacionados às drogas. O consumo cada vez maior, torna-se um grande negócio. Talvez a descriminalização da maconha acabasse ou melhorasse um pouco esse problema. É claro que não resolve, mas já é um passo.

Você e a Bruna estão casados há vários anos. Em meio a tantos relacionamentos frágeis, o que você faz para manter a relação?

Acho que falta mais paciência entre as pessoas. Não podemos achar que tudo já está bom, então fica como está. Só acredito que uma coisa é boa quando ela fica ainda melhor, porque acredito que a vida é assim. Algo que fica parado acaba se deteriorando. Então você tem que se propor desafios. Eu e a Bruna estamos sempre trabalhando na nossa relação, criando coisas novas.

Sua mulher declarou recentemente que está no ápice de sua vida sexual. O que você faz para manter essa energia aos 65 anos?

Sexo é vida e eu quero estar mais vivo possível. Tenho até dificuldade de falar disso porque é algo muito pessoal, mas sexo é maravilhoso.

Veja abaixo o trailer do filme Onde Está a Felicidade?:


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Estreando novo filme como diretor, Riccelli fala sobre seus trabalhos, maconha e sexo