Na reta final de Em Família, a trama de Manoel Carlos se encerra antes do previsto em clima de frustração diante da não empolgação do público para com o folhetim e, em especial, para com o casal gay formado pela atrizes Giovanna Antonelli e Tainá Müller. Em entrevista publicada nesta segunda-feira (14), no jornal O Estado de S. Paulo, o autor disse que não acha que tenha feito algo errado na trama e que o público tem mais simpatia por casais gays formados por homens do que por mulheres.

“Não errei especificamente nessa novela. Fiz do jeito que fiz todas as outras, desde Maria Maria há 36 anos. Personagens que verbalizam o que sentem e que se confessam em longos textos. Escrevo muito, gosto disso (…) Se cometi erros sendo dessa maneira, então errei sempre. E aí sim, pode-se dizer que o público mudou”, disse Maneco ao jornal.

O autor afirmou ainda que sente que o preconceito para com casais gays formados por mulheres é maior do que os formados por homens: “Até nisso as mulheres têm menos direitos do que os homens. Não podem ser tão livres em suas escolhas. Sempre foi assim. Vi muitas cenas agressivas contra mulheres homossexuais, há 50, 60 anos. De lá pra cá, não houve tanta mudança, ainda que muita gente finja o contrário. Mas as pessoas – em sua maioria – não aceitam com facilidade essas diferenças, assim como outras, entre elas, a da cor da pele. O que parece que é aceitação é apenas medo de ser chamada de preconceituosa. Já que isso foi até criminalizado”.


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‘Se cometi erros sendo dessa maneira, então errei sempre’, diz Manoel Carlos, autor de Em Família

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