Núbia Óliiver, vilã da Casa dos Artistas 1, diz que realities mudaram muito


Créditos: Getty Images

Bruna Surfistinha, João Kleber e Renata Banhara já estão na quarta edição de A Fazenda (Rede Record). O confinamento e o voyerismo envolvendo celebridades (ou sub-celebridades) comemoram 10 anos na televisão brasileira, desde que Silvio Santos, em 2001, resolveu trazer o formato para a Casa dos Artistas (SBT).

No primeiro reality show com famosos, Supla, Barbara Paz, Mari Alexandre, Núbia Óliiver, Patrícia Coelho e Alexandre Frota roubaram a cena, a audiência do Fantástico (Globo) e estamparam várias capas de revistas. A influência é tanta que o diretor da Casa dos Artistas, Rodrigo Carelli, é o mesmo que dirige A Fazenda.

Destaque no programa, a modelo e fazendeira (na vida real) Núbia Óliiver contou sobre as principais mudanças que ocorreram nos reality shows em uma década. Aos 37 anos e em excelente forma, Núbia diz que ficou mais fácil participar de realities e que a imagem de vilã – motivada pela manobra de eliminação do casal Supla e Barbara – continua até hoje. “Serei sempre a vilã da Casa dos Artistas”, diverte-se.

Virgula – Faz 10 anos desde o final da primeira “Casa dos Artistas”. Você nota diferença entre a edição de que participou para os atuais realities envolvendo famosos?

Núbia Óliiver – Mudou tudo! Entramos em um projeto sobre o qual não sabíamos nada, o que era ou como seria. Quando o Silvio chamou, só perguntou se poderíamos ficar três meses sem falar com a mãe, o pai e o namorado. Mais nada. Também não sabíamos sobre o que seria exibido, sobre a edição. Hoje é diferente, as informações vazam, já temos uma lista com os nomes dos participantes, os artistas já vão pré-moldados, com a personalidade que mais ou menos vão seguir. È mais fácil. Tem gente que diz que as máscaras caem, mas é mentira, não caem não. Quem é boa atriz, consegue manter o mesmo personagem. É só se focar no prêmio final.

Em algum momento se arrependeu de ter participado da “Casa dos Artistas”?

Não, de forma alguma. Foi um marco na televisão brasileira e um divisor de águas na minha vida. Deixei de ser Núbia Oliveira para ser Núbia Óliiver (ela mudou o nome por causa da numerologia). De 250 artistas que estavam na lista, somente 12 foram escolhidos. E eu estava lá, no primeiro programa, fazendo aquele sucesso. Então é um privilégio, uma grande honra e só tenho a agradecer. Sou lembrada até hoje pelo programa.

Você foi considerada a primeira vilã, mas, ao contrário de outros ex-participantes, conseguiu se livrar das vaias. O que aconteceu?

Acho que foi a maneira como rebati as críticas: “É um jogo, então sou uma jogadora”. Se estiver em um jogo com minha família, então vai ter uma hora em que vou tentar passar a perna neles (risos). Por mais que tenha sido massacrada durante a participação, souberam entender que aquilo era uma estratégia. Eu não era apaixonada por ninguém, não era melhor amiga de ninguém, estava ali para jogar.

Mas não ficou a imagem de vilã?

Ficou sim. Uma vilã nunca morre. Serei sempre a vilã da Casa dos Artistas, dos reality shows, e acho isso ótimo. Gosto e gostaria sempre de ser lembrada. Tanto que, se aparecer um papel para eu interpretar, gostaria que fosse de vilã (risos).

O que mudou da Núbia Óliiver da “Casa dos Artistas” para agora?

Como eu disse, a “Casa” foi um divisor de águas. Antes como Núbia Oliveira, agora como Núbia Óliiver. As pessoas me conheciam pelas capas de revistas masculinas, depois passaram a me ver como sou, em um lugar em que antes não tinha visibilidade (em um programa para a família). Eu casei, fui mãe, me separei e agora prezo muito mais a minha liberdade.

Por ter participado do primeiro reality, você costuma acompanhar outros?

Justamente por ter participado do primeiro não consigo acompanhar outros, não tenho tanto interesse. Acompanhei o primeiro “BBB” (Rede Globo) e o primeiro “A Fazenda”, justamente porque eram os primeiros. Tenho que definir muito bem o meu tempo, já que tenho filha, tenho a minha fazenda, então dedico uma horinha por dia à televisão. Às vezes assisto a uma novela, filme, jornal… Nesta quarta, vou acompanhar “A Fazenda”, porque uma grande amiga, uma grande irmã, vai estar lá. Não falo o nome porque pode atrapalhar, tem que manter segredo. Vou até parar de assistir à novela (risos).

E qual novela está assistindo, “Insensato Coração”? O que está achando da vingança da Norma? 

Estou passando raiva (risos)! É incrível: quando a mulher está apaixonada, ela fica burra. A Norma é esse estereótipo. Ela sabe que o Léo é mau caráter e que vai continuar sendo mau caráter. Se você colocar um smoking em um bode, ele vai continuar sendo um bode (risos). Mas mulher é mais sensível mesmo… Ainda bem que começou “A Fazenda”, assim eu paro de passar raiva (risos).

Voltando ao assunto, ficou amizade com algum ex-participante da Casa?

Encontro sempre o Alexandre (Frota), que faz parte do mesmo escritório de advocacia que o meu. Converso com o (Marcos) Mastronelli, que chegou agora de Los Angeles. A Nana (Gouvêa), vejo em eventos. A (Alessandra) Scatena, em festas infantis. A Mari (que chorou quando Núbia foi eliminada, na época) nunca mais vi. Essa eu perdi totalmente contato, mesmo (risos). Sei que ela casou, teve filho, mas as notícias que eu tenho são as que você deve ter.

Você tem mais contato com o Frota? Mas não foi ele quem estragou seus planos na “Casa” e causou sua eliminação?

Foi, foi (risos). Mas eu não tinha e nem tenho motivo para odiar o Alexandre. Aquilo lá é um jogo de um só vencedor. Então, caso eu e ele fôssemos finalistas, haveria uma hora em que a gente teria que inevitavelmente se eliminar. Ele quis me eliminar porque me achou forte, tinha uma boa estratégia. Além disso, nos respeitamos muito, a gente já tinha ficado junto há bastante tempo, isso todo mundo sabe…

Em nossa última conversa, há quatro anos, você disse que não posaria nua. Mas agora, em 2011, você tirou a roupa para a “Sexy”. O que mudou?

Caiu na testa, né? (risos). Decidi depois de 10 anos, depois de muitos pedidos, reuniões, receber uma proposta legalzinha… Com esse ensaio, entrei para o “Guinness Brasil” (a modelo com mais capas de revista, foram 15). Também foi um ensaio diferente dos outros, foi feito com três pessoas, de maneira sutil. Posso dizer que foi mais um caso de “nunca diga nunca” (risos). Agora, continuo no ramo de fazenda, sempre investi em gado, em imóveis. Também continuo desfilando, modelando. Ah! E apresento um programa erótico chamado “Sexy Daily”, na TVA.

Caso participasse de “A Fazenda”, continuaria com a mesma estratégia da “Casa”?

Com certeza, continuaria sendo a vilã (risos). Mas não tenho mais vontade de estar em um projeto assim. Tenho a minha filha, meus afazeres, também já tive o gostinho de saber como é. Hoje, o preço da minha liberdade é muito mais caro!


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"Serei sempre a vilã da Casa dos Artistas", diz a hoje fazendeira Núbia Óliiver