Um grupo de acionistas apresentou nesta quarta-feira (23) um processo em Nova York contra o Facebook, o fundador Mark Zuckerberg, e bancos investidores, liderados pelo Morgan Stanley, acusados de esconder que previam uma severa queda das receitas da rede social antes do IPO.

“Na realidade, no momento da estreia na bolsa, o Facebook estava passando por uma severa e pronunciada redução no crescimento de suas receitas por causa do aumento dos usuários de sua aplicação na web através dos dispositivos móveis no lugar de computadores tradicionais”, diz o processo apresentado no Tribunal do Distrito Sul de Nova York.

Além de Zuckerberg, o diretor financeiro do Facebook, David Ebersman, e outros membros do conselho de administração da empresa, assim como os bancos Morgan Stanley, JPMorgan, Goldman Sachs e Barclays, serão investigados.

Todos eles são acusados de não informarem sobre a queda do Facebook enquanto a empresa captava investidores para sua oferta pública de venda de ações (IPO), com a qual a empresa arrecadou pelo menos US$ 16 bilhões, a terceira maior saída na Bolsa de uma empresa americana da história.

De acordo com o processo, a rede social e os bancos investidores “reduziram suas previsões de rendimento do Facebook para o segundo trimestre e no ano. No entanto, a informação não foi compartilhada com todos os investidores de Facebook, mas seletivamente revelada a alguns”.

Os acionistas ainda argumentaram que os documentos apresentados pelo Facebook para o IPO eram “incorretos e continham declarações falsas de alguns fatos e omitiam a situação de outros”. Além disso, eles afirmam que desde a saída na Bolsa, a rede social perdeu mais de US$ 2,5 bilhões.

Apesar do processo, as ações de Facebook conseguiram interromper nesta quarta as quedas dos dois últimos dias e subiam 1,61% no mercado Nasdaq, trocadas a US$ 31,5 cada.

A empresa que conecta mais de 900 milhões de pessoas no mundo realizou a esperada estreia na Wall Street na última sexta. Apesar da expectativa gerada, suas ações só se valorizaram 0,6% em seu primeiro dia em bolsa, até ficar ligeiramente acima dos US$ 38 fixados na saída.

Nessa semana, o cenário piorou para a empresa. Na segunda-feira, as ações caíram quase 11% e na terça-feira cerca de 9%. Ainda houve o questionamento da capacidade do Facebook de rentabilizar a rede social, sobretudo devido à migração para os dispositivos móveis, onde a disponibilidade para anúncios é mais limitada.

A retirada dos anúncios da fabricante de automóveis General Motors (GM) na plataforma por “ineficácia”, também afetou o quadro. Além disso, a Comissão da Bolsa de Valores dos EUA informou na terça-feira que vai a revisar os problemas que atrasaram e complicaram a saída do Facebook na Bolsa.

A presidente da entidade, Mary Schapiro, reconheceu diante do Congresso americano que “há problemas que precisam ser revisados sobre o Faceboook”. No entanto, a Comissão, com sede em Washington, não detalhou qual será o procedimento.

Enquanto isso, a Nasdaq OMX prometeu investigar os problemas de seu sistema de execução de ordens e lembrou que a saída de Facebook foi a maior organizada. 


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Acionistas processam Facebook e bancos investidores por "fraude" em IPO

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