Os Governos do Brasil e do Peru conseguiram na terça-feira (16) que o Comitê de Aconselhamento de Governos (GAC) se pronunciasse contra a criação do domínio “.amazon”, uma extensão cujos direitos haviam sido solicitados pela Amazon.

O GAC, vinculado à Corporação de Atribuição de Nomes e Números na Internet (Icann), empresa privada responsável pelos domínios, se pronunciou contra o registro de “.amazon” em reunião em Durban (África do Sul).

Brasil e Peru se opõem à criação por entenderem que o domínio se refere à Amazônia e, portanto, não deveria ser registrado por nenhuma empresa. O ICANN decidirá a favor ou contra o registro dessa extensão em um prazo de 60 dias. Para a sentença, o organismo levará em conta a opinião do comitê.

O secretário de Política de Informática do Ministério da Ciência e Tecnologia, Virgílio Almeida, disse no comunicado que depois da decisão, a corporação provavelmente rejeitará o pedido da Amazon. Recentemente, o GAC se pronunciou contra o registro de “.africa”, e o ICANN negou a proposta por se referir a um ponto geográfico.

Líder mundial da venda no varejo pela internet, a empresa americana solicitou que seu nome, que significa Amazônia em inglês, se transforme em seu domínio genérico de internet.

Por outro lado, Peru e Brasil consideram que a concessão da extensão a uma empresa privada priva o conjunto dos povos da Amazônia de seu direito de usar essa denominação. Os dois Governos registraram sua objeção no fim do ano passado através do Comitê Assessor Governamental da ICANN.

De acordo com um porta-voz do Itamaraty, os dois países também contam com o apoio do restante dos integrantes da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), composta também por Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Suriname e Venezuela. 


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Brasil e Peru dão passo importante para impedirem uso do domínio ".amazon"