O fundador do Megaupload, Kim Dotcom, estreou neste domingo seu portal de armazenamento Mega, ao completar um ano de sua detenção na Nova Zelândia, acusado de pirataria informática pelas autoridades dos Estados Unidos.

A entrada em serviço do Mega, disse Dotcom à imprensa local, não teria sido possível sem o fechamento do Megaupload porque “ninguém que esteja neste momento no negócio do armazenamento de arquivos pode atualizar seu portal e ser como nós”.

Algumas horas depois do lançamento oficial do Mega, Dotcom disse por meio de sua conta no Twitter que no portal tinham sido registrados cerca de 250 mil usuários, apesar de o acesso ser difícil, aparentemente, devido ao notável tráfego.

“Duzentos e cinquenta mil usuários registrados. O servidor está em sua capacidade de carga máxima. Melhorará quando se acalmar esse entusiasmo inicial”, comentou Dotcom, explicando que sua equipe estava tentando melhorar o acesso.

O Mega oferece a seus novos usuários 50 gigabytes (GB) de armazenamento gratuito, serviços de e-mail e de nome de domínios, acesso através do celular e mensagem instantânea.

Além da afiliação gratuita, o Mega oferece três serviços de armazenamento de entre 400 GB a 8 Terabytes (TB), com preços que vão de 19,99 a 29,99 euros mensais (US$ 26,63 a US$ 39,95).

O novo portal da Dotcom se caracteriza por contar com um sistema sofisticado para encriptar os arquivos, graças ao qual conta com vários servidores em diversos países.

Para isso, o portal de Dotcom se associou às empresas EuroDNS, com sede em Luxemburgo; a neozelandesa Digiweb e Instra, com escritórios em Auckland e Melbourne, para “assegurar a troca de arquivos encriptados em uma nuvem de armazenamento (virtual)”, segundo um comunicado de imprensa divulgado pelo Mega.

Os operadores do Mega não terão acesso ao material dos usuários, previnindo assim que sejam novamente responsabilizados por supostos delitos contra os direitos autorais de propriedade intelectual, segundo informou a televisão estatal neozelandesa.

O portal entrou em serviço às 6h48 (horário local, 15h48 do sábado em Brasília), momento no qual se completava um ano desde que as forças de segurança zelandesas entraram na luxuosa mansão de Dotcom, nos arredores de Auckland, para detê-lo em resposta a um requerimento do FBI.

Nessa operação Dotcom e três sócios foram detidos, os EUA fecharam o Megaupload, e foram confiscados os bens, contas correntes do empresário alemão residente na Nova Zelândia, e foram feitas outras detenções na Europa.

Atualmente Dotcom e seus três sócios, em liberdade condicional na Nova Zelândia, aguardam o início do processo de extradição solicitado pelos EUA, que foi adiado até agosto próximo.

Os EUA acusam o Megaupload de ter causado mais de US$ 500 milhões em perdas à indústria do cinema e da música ao transgredir os direitos autorais de propriedade intelectual e obter com isso lucros de US$ 175 milhões.

Dotcom, que completa na segunda-feira 39 anos, disse que seu principal temor é que se ele e seus advogados conseguirem ganhar o processo, as autoridades americanas “procurem algo mais (contra ele)”.

O empresário alemão reiterou em entrevista coletiva que é alvo de uma perseguição e antecipou que desenvolve o projeto de lançamento do Megakey, produto com o qual pretende revolucionar a publicidade pela internet.


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Dotcom estreia portal de armazenamento, 1 ano após sua detenção