
Lara Bittencourt/Mídia Ninja/Reprodução Protesto por ‘Diretas Já’ reuniu 100 mil pessoas na Paulista, segundo organização
O Senado abriu uma consulta popular para avaliar a PEC 20/2016, de autoria do senador Walter Pinheiro (sem partido-BA), que propõe a realização de novas eleições presidenciais juntamente com o processo eleitoral municipal que acontece em outubro.
Até esta segunda-feira (4), a primeira após o impeachment de Dilma Rousseff e dia seguinte aos protestos que mobilizaram mais de 100 mil pessoas em todo o Brasil, o maior número de manifestantes contrários ao governo de Michel Temer desde o início do processo da agora ex-presidente, quase 190 mil pessoas já haviam votado, sendo que a imensa maioria se posicionou favorável ao projeto de eleições diretas. Clique aqui para deixar seu voto.
Mas o que precisa acontecer para termos novas eleições?
A primeira hipótese é a do surgimento de uma PEC (proposta de emenda constitucional), que, como o próprio nome diz, propõe uma atualização pontual de alguma lei inserida na Constituição Federal. É o caso da sugestão de Pinheiro.
Considerando apenas caminhos que estão inseridos na Constituição, o mais possível seria o impeachment de Temer, que, aliado ao de Dilma, obrigaria o presidente da Câmara, hoje o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), a assumir o poder para convocar eleições diretas para daqui 90 dias.
Isso, porém, só pode acontecer até o fim deste ano. Se Temer deixar o poder em 2017, ou seja, já na segunda parte do mandato somado com o de Dilma, seriam convocadas eleições indiretas, onde apenas deputados federais e senadores teriam direito ao voto.












Anos 1990
Movimento liderado, principalmente, pela União Nacional Estudantil (UNE) no ano de 1992 contra o ex-presidente Fernando Collor. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES) também ajudaram a organizar atos políticos. Na época, as instituições estruturavam como aconteceriam os protestos. “Em 1990, se eu controlasse a UNE, controlava toda a manifestação”, afirmou Rafael Araújo
Créditos: Visual Hunt

Anos 2000
Os protestos de 2013 tiveram convocação online feita pelo Movimento Passe Livre, mas foram só o começo do surgimento de novas frentes. Vem Pra Rua, Brasil Livre, Gente.Org, Minha Sampa, Revoltados Online, entre outros, são exemplos de grupos que organizam manifestações ao redor do país. “Meia dúzia de pessoas já pode organizar um movimento”, comentou Mohallem. Muitos dos grupos, conforme analisou o professor de Direito, têm objetivos similares, mas caminham de forma independente. “É uma segmentação gigantesca, difícil de controlar o que vai acontecer no ato”, acrescentou Araújo
Créditos: Reprodução

Anos 1990
Organizar um protesto com um milhão de pessoas levava tempo, envolvia centenas de pessoas e muito trabalho, explicou Araújo. As organizações políticas já eram determinadas e a construção do noticiário também estava nas mãos de poucos, o que tornava mais trabalhosa a divulgação de informações, segundo Fassoni. Além disso, era necessária uma estrutura física para estudar estratégias para o ato
Créditos: Reprodução

Anos 2000
A chegada das redes sociais, a possibilidade de criar eventos online em poucos cliques, o uso de hashtags que faz uma divulgação viram de informações tornou tudo mais rápido e fácil. As informações correm milhares de quilômetros em segundos, sem a necessidade da realização de encontros ou telefonemas. “É absolutamente diferente de qualquer momento da história” disse Mohallem
Créditos: Reprodução

Anos 1990
“Por exemplo, a UNE se comunicava com os grêmios estudantis, que convocava estudantes às ruas”, exemplificou Araújo. A rede de comunicação era mais física, acontecia via telefone, panfletagem, informativos em instituições. Nos anos 1990, conforme explicou o especialista, havia uma centralização da rede de comunicação, que fazia uma seleção e coordenação das informações. O povo ficava refém de um número pequeno de instituições e noticiários que escolhiam o que a população deveria ou não saber
Créditos: Visual Hunt

Anos 2000
O cenário é completamente diferente e a rede de comunicação é via redes sociais, o que torna o alcance imensurável. Um evento no Facebook tem impacto em cadeias pessoas que possuem algum tipo de relacionamento na rede social, então pode alcançar números gigantescos em pouco tempo e sem limitação territorial, segundo explicou Mohallem
Créditos: Reprodução

Anos 1990
Na época, as organizações selecionavam temas para levar ao debate político, sendo eles de interesse público ou privado. Os documentos e informações produzidos pelas instituições que estavam no topo do guarda chuva da comunicação eram “tudo” o que o povo tinha acesso. “A TV e essas organizações eram o que pautavam protestos”, comentou Fassoni. As ideias que prevaleciam nos anos 1990 já tinham passado por vários filtros, como revistas, jornais, partidos políticos, entre outros, de acordo com Mohallem
Créditos: Reprodução

Anos 2000
A capacidade de diversidade de bate é um ponto positivo das redes sociais na política, destacou Mohallem. Atualmente, existe espaço para várias ideias, para o destaque de causas que atendem minorias, e para um número maior de vozes, como citou Fassoni. “É uma discussão política mais plural”, disse. É claro que com essa chuva de informações instantâneas, a despolitização, segmentação e disseminação de interesses individualistas são inevitáveis. “Qualquer usuário pode se manifestar, por isso que é difícil controlar o que acontece em protestos”, afirmou Araújo
Créditos: Visual Hunt

Anos 1990
Sem redes sociais ou acesso à internet, as informações disponíveis para a população – sendo verdadeiras ou não – eram controladas por alguns meios de comunicação e organizações políticas. Grupos pequenos, caso não conseguissem espaço nesses canais, não obtinham notoriedade, segundo Mohallem. “As pessoas eram passivas, ficavam reféns de três ou quatro jornais”, disse Fassoni
Créditos: Reprodução

Anos 2000
“Hoje elas são ativas, produzem informações, podem buscar na internet seu próprio conteúdo e descontruir versões apresentadas nos telejornais”, comparou Fassoni. O antigo poder dos meios de comunicação são questionados pelas novas ferramentas tecnológicas. “Uma pessoa pode ter mais audiência que o Jornal Nacional”, disse Araújo. Essa produção de informações de todos os lados, segundo Mohallem, é vantajosa também no controle de qualidade de dados que circulam nas redes sociais, pois quando falsos são facilmente desmascarados por outros receptores da informação
Créditos: Visual Hunt

Offline vs. Online
Mohallem vê com olhar positivo as mobilizações políticas atuais, pois conseguem - mesmo que com menos conhecimento técnico e político - resultados efetivos para o país. "Muita gente não sabia o que era exatamente a PEC 37 em 2013, mas as pessoas entendiam a ideia central e os protestos surtiram efeito. As mobilizações online dão vida aos atos offline que pautam a política", disse
Créditos: Visual Hunt
Anos 1990
Movimento liderado, principalmente, pela União Nacional Estudantil (UNE) no ano de 1992 contra o ex-presidente Fernando Collor. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES) também ajudaram a organizar atos políticos. Na época, as instituições estruturavam como aconteceriam os protestos. “Em 1990, se eu controlasse a UNE, controlava toda a manifestação”, afirmou Rafael Araújo
Créditos: Visual Hunt
Anos 2000
Os protestos de 2013 tiveram convocação online feita pelo Movimento Passe Livre, mas foram só o começo do surgimento de novas frentes. Vem Pra Rua, Brasil Livre, Gente.Org, Minha Sampa, Revoltados Online, entre outros, são exemplos de grupos que organizam manifestações ao redor do país. “Meia dúzia de pessoas já pode organizar um movimento”, comentou Mohallem. Muitos dos grupos, conforme analisou o professor de Direito, têm objetivos similares, mas caminham de forma independente. “É uma segmentação gigantesca, difícil de controlar o que vai acontecer no ato”, acrescentou Araújo
Créditos: Reprodução
Anos 1990
Organizar um protesto com um milhão de pessoas levava tempo, envolvia centenas de pessoas e muito trabalho, explicou Araújo. As organizações políticas já eram determinadas e a construção do noticiário também estava nas mãos de poucos, o que tornava mais trabalhosa a divulgação de informações, segundo Fassoni. Além disso, era necessária uma estrutura física para estudar estratégias para o ato
Créditos: Reprodução
Anos 2000
A chegada das redes sociais, a possibilidade de criar eventos online em poucos cliques, o uso de hashtags que faz uma divulgação viram de informações tornou tudo mais rápido e fácil. As informações correm milhares de quilômetros em segundos, sem a necessidade da realização de encontros ou telefonemas. “É absolutamente diferente de qualquer momento da história” disse Mohallem
Créditos: Reprodução
Anos 1990
“Por exemplo, a UNE se comunicava com os grêmios estudantis, que convocava estudantes às ruas”, exemplificou Araújo. A rede de comunicação era mais física, acontecia via telefone, panfletagem, informativos em instituições. Nos anos 1990, conforme explicou o especialista, havia uma centralização da rede de comunicação, que fazia uma seleção e coordenação das informações. O povo ficava refém de um número pequeno de instituições e noticiários que escolhiam o que a população deveria ou não saber
Créditos: Visual Hunt
Anos 2000
O cenário é completamente diferente e a rede de comunicação é via redes sociais, o que torna o alcance imensurável. Um evento no Facebook tem impacto em cadeias pessoas que possuem algum tipo de relacionamento na rede social, então pode alcançar números gigantescos em pouco tempo e sem limitação territorial, segundo explicou Mohallem
Créditos: Reprodução
Anos 1990
Na época, as organizações selecionavam temas para levar ao debate político, sendo eles de interesse público ou privado. Os documentos e informações produzidos pelas instituições que estavam no topo do guarda chuva da comunicação eram “tudo” o que o povo tinha acesso. “A TV e essas organizações eram o que pautavam protestos”, comentou Fassoni. As ideias que prevaleciam nos anos 1990 já tinham passado por vários filtros, como revistas, jornais, partidos políticos, entre outros, de acordo com Mohallem
Créditos: Reprodução
Anos 2000
A capacidade de diversidade de bate é um ponto positivo das redes sociais na política, destacou Mohallem. Atualmente, existe espaço para várias ideias, para o destaque de causas que atendem minorias, e para um número maior de vozes, como citou Fassoni. “É uma discussão política mais plural”, disse. É claro que com essa chuva de informações instantâneas, a despolitização, segmentação e disseminação de interesses individualistas são inevitáveis. “Qualquer usuário pode se manifestar, por isso que é difícil controlar o que acontece em protestos”, afirmou Araújo
Créditos: Visual Hunt
Anos 1990
Sem redes sociais ou acesso à internet, as informações disponíveis para a população – sendo verdadeiras ou não – eram controladas por alguns meios de comunicação e organizações políticas. Grupos pequenos, caso não conseguissem espaço nesses canais, não obtinham notoriedade, segundo Mohallem. “As pessoas eram passivas, ficavam reféns de três ou quatro jornais”, disse Fassoni
Créditos: Reprodução
Anos 2000
“Hoje elas são ativas, produzem informações, podem buscar na internet seu próprio conteúdo e descontruir versões apresentadas nos telejornais”, comparou Fassoni. O antigo poder dos meios de comunicação são questionados pelas novas ferramentas tecnológicas. “Uma pessoa pode ter mais audiência que o Jornal Nacional”, disse Araújo. Essa produção de informações de todos os lados, segundo Mohallem, é vantajosa também no controle de qualidade de dados que circulam nas redes sociais, pois quando falsos são facilmente desmascarados por outros receptores da informação
Créditos: Visual Hunt
Offline vs. Online
Mohallem vê com olhar positivo as mobilizações políticas atuais, pois conseguem - mesmo que com menos conhecimento técnico e político - resultados efetivos para o país. "Muita gente não sabia o que era exatamente a PEC 37 em 2013, mas as pessoas entendiam a ideia central e os protestos surtiram efeito. As mobilizações online dão vida aos atos offline que pautam a política", disse
Créditos: Visual Hunt