Victor Jackson, coordenador-assistente da Cruz Vermelha no Haiti, divulgou nesta quinta-feira a primeira estimativa oficial do número de mortos no forte terremoto, de 7 graus na escala Richter, que atingiu o país e, principalmente, a capital Porto Príncipe no início da noite de terça-feira.


 


Para ele, ao menos 45 mil pessoas teriam perdido a vida.


 


Ele lembrou que, em decorrência dos problemas que o tremor causou no sistema de comunicações local, “ninguém sabe com precisão, ninguém confirma um número. Nossa organização acredita que entre 45.000 e 50.000 pessoas morreram. Nós também achamos que há 3 milhões de pessoas afetadas no país, ou feridas ou desabrigadas”.


 


Dominique Strauss-Kahn, diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional, revelou que a instituição disponibilizará imediatamente US$ 100 milhões para a pobre nação latino-americana, explicando que “o financiamento emergencial servirá como um complemento ao acordo de ajuda existente entre o FMI e o Haiti”.


 


Horas antes, o anúncio da liberação imediata da mesma quantia havia sido feito pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que prometeu ainda dedicar “horas” e até “dias” para a coordenação dos trabalhos de resgate, uma vez que as perdas são “mais que devastadoras”.


 


A ajuda enviada por Washington já está a caminho e, para finalizar seu discurso, ele prometeu, diretamente aos haitianos, que “vocês não vão ser esquecidos”.


 


Além do porta-aviões e dos três navios anfíbios já encaminhados para o Haiti pelo governo norte-americano, um deles com até dois mil fuzileiros, também seguem para o país 3.500 soldados da 82ª Divisão Aerotransportada do Exército, cem deles chegando hoje a Porto Príncipe, relatou à Reuters o major Brian Fickel.


 


Mais de 500 pessoas já procuraram os serviços de atendimento do Itamaraty atrás de informações sobre a situação de haitianos ou brasileiros que viviam no país, destacou o subsecretário-geral das Comunidades Brasileiras no Exterior, embaixador Oto Agripino Maia.


 


Todos os contatos com a ilha são feitos pela Internet, em decorrência dos problemas de comunicação, e 30 imigrantes, entre militares e civis, já foram localizados. O contato pode ser feito através dos telefones (61) 3411.8803, (61) 3411.8805 e (61) 3411.8808.


 


A família de Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança e única brasileira civil que teve a morte confirmada no Haiti, espera que o corpo da médica seja enviado ao Brasil amanhã.


 


O senador Flávio Arns, sobrinho de Zilda, está no Haiti para cuidar da burocracia e, em nota oficial, negou que ela tenha sido soterrada pelo temor.


 


Segundo o texto, “Zilda Arns havia acabado de proferir palestra em uma igreja, as pessoas estavam saindo, tendo a brasileira ficado para trás, em conversa com o padre, quando o prédio ruiu, vitimando-a instantaneamente”.


 


Ela foi atingida na cabeça, sendo este o único ferimento existente, e o sacerdote que conversava com ela conseguiu sobreviver. O corpo foi encontrado por Roseana Teresa Aben-Athar, mulher do embaixador do Brasil no Haiti.


 


Mais de dois mil moradores locais, que se feriram no tremor, estão sendo tratados em hospitais de Jimaní, na República Dominicana. Diversos ônibus, com idosos, crianças, mulheres e homens cortaram o país, deixando Porto Príncipe até os três estabelecimentos, onde foi realizada uma triagem que levou diversos moradores do país vizinho para Santo Domingo.


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Cruz Vermelha fala em 50 mil mortes no Haiti