As áreas úmidas – nome dado ao conjunto de lagos, lagoas, pântanos e outros tipos de áreas alagáveis, como o Pantanal – desempenham um papel fundamental para o equilíbrio ecológico, fornecendo serviços ambientais que podem ajudar a combater os efeitos das mudanças climáticas e reduzir a perda da biodiversidade.

Esta é a mensagem do Dia Internacional das Áreas Úmidas, comemorado dia 2 de Fevereiro em todo o mundo e que neste ano traz como tema central Cuidar das áreas úmidas – uma resposta às mudanças climáticas. O slogan reforça a importância de conservar essas áreas, alertando para o fato de que elas podem ser parte da solução para os problemas das mudanças climáticas. 

A Organização das Nações Unidas declarou 2010 o Ano Internacional da Biodiversidade. Entre as causas apontadas para a perda da biodiversidade estão as mudanças climáticas. Por isso, o tema do Dia Internacional das Áreas Úmidas está olhando para esses dois aspectos – mudanças climáticas e perda da biodiversidade – e o que isso significa para as pessoas que vivem nessas áreas.

História

A definição do conceito de Áreas Úmidas surgiu na Convenção de Ramsar. O tratado intergovernamental celebrado no Irã, em 1971, marcou o início das ações nacionais e internacionais para a conservação e o uso sustentável das zonas úmidas e de seus recursos naturais. Atualmente, 150 países são signatários do tratado, incluindo o Brasil.

Berço de uma rica biodiversidade, as áreas úmidas são também muito vulneráveis às mudanças climáticas. Por outro lado, se bem manejadas com a manutenção da sua biodiversidade podem desempenhar um papel importante nas ações de mitigação e adaptação diante dos efeitos das mudanças climáticas, principalmente com o fornecimento de água e a produção de alimentos.

As áreas úmidas são ecossistemas complexos e variados que vão desde as áreas marinhas e costeiras até as continentais e as artificiais. Alguns exemplos são os lagos, manguezais, pântanos e também áreas irrigadas para agricultura, reservatórios de hidrelétricas, entre outros, sendo que o maior deles é  o Pantanal.
 
Manutenção da biodiversidade

As áreas úmidas existem em todos os tipos de ecossistemas e são importantes para a manutenção da biodiversidade. Situadas em uma área de transição entre os ecossistemas aquáticos e terrestres, sofrem muita pressão não somente pela ação direta do homem, mas também pelos impactos sobre ecossistemas terrestres, marinhos e de água doce adjacentes.

Pelo fato de terem um ciclo hidrológico que se modifica o tempo todo e que exige adaptação constante, as áreas úmidas abrigam uma enorme variedade de espécies endêmicas. Outro serviço importante prestado por essas áreas é a  regulação do ciclo hidrológico, ampliando a capacidade de retenção de água da região onde se localiza e, com isso, promovendo o múltiplo uso das águas pelos seres humanos.

 Pantanal é a maior área úmida do planeta

O Pantanal é a maior área úmida continental do planeta e o berço de uma rica biodiversidade.  Ele ocupa parte dos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, estendendo-se pela Bolívia e Paraguai. Na região, foram registrados pelo menos 4.700 espécies, incluindo plantas e vertebrados. Desse total, há 3.500 espécies de plantas (árvores e vegetações aquáticas e terrestres), 325 peixes, 53 anfíbios, 98 répteis, 656 aves e 159 mamíferos.

A importância ambiental da maior área úmida continental teve o seu reconhecimento a partir de 1998, quando o bioma foi decretado Patrimônio Nacional, pela Constituição brasileira. Em 2000, o Pantanal recebeu o título de Reserva da Biosfera pela Organização das Nações Unidas (ONU).

 


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Dia mundial das áreas úmidas é comemorado em 2 de fevereiro