Para celebrar o início da temporada 2010 da Fórmula 1, resolvemos revirar o baú dos games de velocidade e relembrar os jogos que melhor reproduzem a categoria nos videogames.

Separamos uma lista pequena, de apenas dez jogos, que do Atari 2600 ao poderoso PlayStation 3 buscam inovar de maneira distinta a disputa nas pistas virtuais de Fórmula 1. Confira:

Grand Prix (Activision , 1982)

A Activision estreou a Fórmula 1 no Atari 2600 com Grand Prix, jogo que trouxe quatro pistas cheias de manchas de óleo, pontes e adversários pouco inteligentes que faziam de tudo para você não chegar em primeiro. A tela cinza representava o asfalto visto de cima, e os oponentes bem coloridos faziam o jogador subir e descer na tela para tentar a ultrapassagem. Embora o aclamado ’Enduro’ tenha ganhado a preferência da maioria, Grand Prix é o primeiro jogo para Atari 2600 a trazer elementos parecidos com o formato da Fórmula 1.
          

 

Formula 1 Simulator (Mastertronic, 1985)

A Mastertronic alcançou um novo patamar com seu Formula 1 Simulator, lançado em 1985 para Amstrad CPC, Commodore 64 e MSX. Apesar das poucas opções na paleta de cores, a versão para C64 trouxe algumas boas evoluções, como a câmera posicionada na traseira do carro, cenários no horizonte, marcador de volta, tempo, velocidade e pontuação. A pista, porém, era toda cinza, e delineada por uma grama verde.
          

 

Nigel Mansell’s Grand Prix (Martech , 1988)

O primeiro jogo a carregar o nome de um campeão foi Nigel Mansell’s Grand Prix, lançado para Amiga, Amstrad CPC, Atari ST e ZX Spectrum, no final da década de 80. O jogo recriou os 16 circuitos da época com certa perfeição, e oferecia fase de qualificação em três voltas, além de corridas que podiam ser encurtadas para cinco ou 20 voltas. Assim como os veículos da época, no jogo era possível usar uma espécie de turbo, fato que aumentava o risco de ficar sem combustível no meio da corrida e acelerava o desgaste do carro gerando mais paradas nos boxes para troca de pneus. A tela era dividida na horizontal, com a pista na parte de cima, e uma dezena de informações na parte de baixo. Em alguns pontos dos circuitos podia-se ver a pista no sentido contrário.
          

 

Ferrari Formula One (Electronic Arts, 1989)

A Electronic Arts, com apoio oficial da Ferrari, lançou em 1989, para PC, Amiga e Atari ST, seu novo simulador de Fórmula 1. O jogo levou para a tela da TV todos os pilotos e equipes da temporada de 1986, com direito a teste de carro na pista de Maranello, acerto de aerodinâmica no túnel de vento, e corridas no circuito de Fiorano. A duração da corrida também podia ser definida pelo jogador, assim como a participação em treinos e sessões qualificatórias. Na hora de ajustar o carro para a corrida, era possível selecionar o tipo de asa, o composto dos pneus e quantidade de combustível. Para fechar com chave de ouro, a EA ainda programou a visão de dentro do cockpit, com direito a retrovisor.
          

 

Super Monaco GP (SEGA of America, 1990)

Super Monaco GP brilhou muito nos arcades, e acabou ganhando adaptações para Amiga, Amstrad CPC, Atari ST, Commodore 64, Game Gear, Mega Drive, Master System e ZX Spectrum. De todas elas, a versão para o 16-bits da Sega foi a mais aclamada, era superior, e trazia um inovador modo ’carreira’, com contagens de pontos e a possibilidade de mudar de equipe ao vencer determinados desafios e pilotos. Todos os 16 circuitos oficiais da Fórmula 1 foram representados no jogo com toda a fidelidade que o hardware permitia. A parte superior da tela mostrava o retrovisor, tempos das voltas, recorde de volta, tempo total e posição. Na parte inferior, a visão mostrava o cockpit do carro, velocímetro, indicador de marcha e mapa do circuito. Mesmo usando nomes genéricos para equipes e pilotos, o jogo foi considerado um dos melhores para o Mega Drive na época.
          

 

Nigel Mansell’s World Championship (GameTek, 1993)

A vitória do britânico Nigel Mansell em 1992 serviu de apoio para a Gremlin Graphics Software Ltd., lançar um ano depois um jogo licenciado pela FIA. Nigel Mansell’s World Championship, teve versões para Amiga, Amiga CD32, Amstrad CPC, Atari ST, DOS, Game Boy, Mega Drive, NES, Super NES e ZX Spectrum. De todas essas versões, a lançada para Super NES se imortalizou por trazer o melhor conjunto da obra. Nos 16 circuitos internacionais disponíveis, 12 carros disputavam a liderança das corridas que poderiam durar de três a 20 voltas. Antes de cada prova, era possível ’calibrar’ o veículo ajustando a asa, caixa de câmbio, tipo de pneu e abastecimento. Esta versão também ficou famosa por incluir o modo ’Improve With Mansell’, em que uma versão digitalizada de Nigel Mansell aparecia no topo da tela para dar algumas dicas de pilotagem.
          

 

Formula One World Championship: Beyond the Limit (Sega, 1994)

O lançamento de “Beyond the Limit”, para o Sega CD, pode ser considerado um marco na história dos jogos de Fórmula 1. Além de usar muito bem a licença oficial da FIA, a Sega Sports conseguiu comprimir em um CD uma quantidade invejável de vídeos oficiais da Fuji Television Network, Inc., em FMV. O jogo reuniu todos os circuitos e pilotos (35) das diferentes equipes que disputaram a temporada de 1993 com realismo de som incrível – inclusive na pista de teste fictícia “Sega Park Circuit”. Ayrton Senna foi o único piloto que não estava oficialmente em “Beyond the Limit”, mas por um bom motivo: a licença do brasileiro era exclusiva de “Ayrton Senna’s Super Monaco GP II”, lançado para Mega Drive.
          

 

Formula 1 ’96 (Psygnosis, 1996)

Na segunda metade da década de 90, a Psygnosis, conhecida por seus “Destruction Derby”, comprou licenças de pilotos, pistas e equipes da Fórmula 1, e criou um dos simuladores mais detalhados do PlayStation. O jogo lançado em 1996 para o console de 32-bits da Sony contava com praticamente tudo da temporada de 1995 de Fórmula 1: pilotos reais, análise detalhada dos circuitos, performance dos veículos e asfalto, ângulos de câmera exclusivos da Fuji Television, sistema de contagem de tempo oficial e narração do competente comentarista Murray Walker.

Formula 1 ’96 foi o primeiro a oferecer um modo de corrida em que dois jogadores competiam interligados, com dois videogames e TVs, através de um cabo especial, e também oferecia suporte ao controle-volante da MadCatz, que melhorou significativamente a experiência de jogo. Mesmo com todas essas opções e informações na tela, o simulador de Fórmula 1 da Psygnosis rodava a no mínimo 30 frames por minuto. Graças a todas essas características e detalhes, cada partida terminava como um espetáculo único de qualidade indiscutível, que certamente ajudou a definir a trilha seguida seguida pelos jogos de Fórmula 1 atuais.
          

 

Formula One 2001 (Psygnosis Liverpool Studios, 2001)

Até o lançamento de “Formula One 2001”, para PS2, a licença da FIA passeou por produtoras e desenvolvedoras trazendo o básico: todos os pilotos da temporada atual (ou anterior), física melhorada e opções de ajuste diferenciadas. Nenhuma outra empresa se arriscava a lançar um jogo de Fórmula 1 sem os pilotos, pistas, veículos e patrocinadores reais.

A edição de 1997 (PSone, PC) foi desenvolvida pela Bizarre Creations e produzida pela Psygnosis; em 1998 (PSone), entrou em cena a “Visual Sciences Ltd.” para desenvolver o jogo publicado pela Bizarre Creations. A desenvolvedora escocesa comandada por Russell Kay, programador do clássico Lemmings (PC), cedeu o lugar para outra desenvolvedora em 1999 (PSone, PC), a Studio 33. Em 2000, a Sony Computer Enterteinment assumiu o lugar da Bizarre Creations na produção do jogo, lançado em um momento em que o foco era o PlayStation 2.

A edição seguinte foi lançada no final de 2001 para o PlayStation 2 e fazia bom uso de seus impressionantes 128-bits. Trabalhando com muito mais potência e um mundo novo inteiro para conquistar, a Psygnosis, agora como desenvolvedora, usou a licença da FIA para repetir o feito dos jogos anteriores utilizando um poder de processamento maior. Produzido pelo 989 Studios, o jogo cumpriu seu papel, e replicou no mundo virtual a temporada 2001 de Fórmula 1, com todos os 17 circuitos oficiais, 11 equipes e seus 22 pilotos. Diferentes modos de jogo permitia ao jogador correr poucas voltas, ou enfrentar o desafio real de piloto e encarar uma corrida inteira – a opção de salvar a qualquer momento foi uma das novidades. Nada muito espalhafatoso, mas digno de lembrança.

 
         

Formula 1 Championship Edition (SCE Studio Liverpool, 2007)

O formato definido por Formula 1 ’96, lançado para PSone, foi sendo melhorado com os anos, e cada produtora e desenvolvedora soube tirar proveito dos consoles mais poderosos até chegar ao PS3. Antes disso, ainda nos consoles de 128-bits, produtoras e desenvolvedores ainda brigavam pela licença da FIA.

A edição de 2002 foi produzida pela Electronic Arts e desenvolvida pela Visual Sciences Ltd. O jogo apenas atualizou o torneio virtual de Fórmula 1 e adicionou a jogatina para até quatro jogadores offline. Em 2003, a SCEE, em parceria com a SCE Studio Liverpool, fechou contrato de exclusividade por quatro anos com a Formula One Administration Ltd. O primeiro fruto foi um jogo com tudo o que permite uma licença oficial da FIA; carros, pilotos e equipes atuais, além de outras opções mais detalhadas.

Em 2004, a Sony Computer Entertainment Europe lançou Formula One 04, para PS2. O jogo desenvolvido pela SCEE Liverpool Studio mais uma vez atualizou equipes, pilotos e circuitos, incluindo as novas pistas em Barein e Xangai. Uma das maiores novidades foi a inclusão do modo online pela primeira vez na série. No ano seguinte (2005), o PS2 recebeu mais uma versão atualizada do jogo, mas sem grandes novidades. Em 2006, as versões para PSP e PlayStation 2 do jogo oficial da Fórmula 1 trouxe o modo Network Play, que permitia correr no PS2 contra usuários do PSP e vice-versa.

O primeiro jogo de Fórmula 1 oficial para PlayStation 3 trouxe os pilotos, circuitos e veículos da temporada 2006, vencida pelo espanhol Fernando Alonso. Mesmo assim, ver Felipe Massa ao lado de Michael Schumacher na Ferrari, e outras faltas de “atualizações” em um lançamento de 2007 não tira os méritos do melhor jogo baseado na categoria até então. No modo principal, você começa como aspirante, e segue carreira em busca de carros melhores. Agentes, e-mails com objetivos e missões fazem parte da dia-a-dia de piloto por cinco anos virtuais – o desafio vai longe.

O modo para múltiplos jogadores local deu lugar ao modo online, via PlayStation Network ou LAN com dois PS3, para até 11 jogadores. A opção de controlar com o SixaxiS também foi uma boa jogada de marketing, que na realidade não funcionava tão bem em um jogo tão competitivo. Visualmente impecável, Formula 1 Championship Edition oferece cenários, carros e situações climáticas que impressionam até hoje, a ponto de querer usar óculos para evitar os incômodos raios de Sol. O efeito da chuva batendo na tela e escorrendo para os lados contribui para o realismo, e prejudica de verdade na pista. Simplesmente, perfeito!


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Do pixel ao 3D: a evolução dos jogos de Fórmula 1