Pense em um disco que está na casa de um terço dos ingleses e até hoje é um dos mais vendidos (se não o mais vendido) em todo o mundo. Imagine que esse álbum trouxe evoluções sonoras nunca antes vistas no mundo da música e, pela primeira vez, explorou todo o potencial dos aparelhos estéreo de alta fidelidade que começavam a se popularizar na Europa no início dos anos 70. Este LP é Dark Side of The Moon, a obra-prima do Pink Floyd, que completa nesta quarta-feira (24) 37 anos de lançamento.

Em seu oitavo LP, a banda inglesa levou a nível máximo os experimentos sonoras que vinha fazendo desde 1967, quando lançou seu primeiro trabalho, The Piper at the Gates of Dawn. Por coincidência ou não, o disco devolveu o Pink Floyd a um sucesso comercial que só havia atingido no início da carreira, quando ainda eram comandados pelo vocalista/guitarrista Syd Barrett, depois demitido por abusar das drogas e ficar meio pirado.

Com uma lista de nove clássicos eternos do progressivo – Speak to Me/Breathe, On the Run, Time, The Great Gig in the Sky, Money, Us and Them, Any Colour You Like, Brain Damage e Eclipse – o disco condensou em pouco mais de 40 minutos a aproximação mais fiel de um disco pop à cultura lisérgica e da psicodelia. E, por isso, se tornou mais uma daquelas unanimidades intocáveis no mundo do rock.

Lenda

Claro que, como toda a lenda, Dark Side of The Moon também conta com uma boa dose de misticismo. A lenda mais comum em torno dele é sua suposta sincronia com o filme O Mágico de Oz: segundo essa teoria, é possível usar o disco como trilha sonora para o clássico longa-metragem estrelado por Judy Garland.

Os integrantes do Pink Floyd na época – o baixista e vocalista Roger Waters, o guitarrista e vocalista David Gilmour, o tecladista e vocalista Richard Wright e o baterista Nick Mason – sempre atribuíram o fato a uma mera coincidência, mas a sincronia da trilha com o filme é realmente muito impressionante, como você pode ver no trecho abaixo, que traz os 10 primeiros minutos da montagem.

História

Dark Side of The Moon levou quase um ano para ser gravado e marcou a entrada definitiva do Pink Floyd no fechado mercado americano, que continuava insistindo na época em sua psicodelia flower power, expressa por grupos como Grateful Dead, Big Brother & the Holding Company, The Doors e Grand Funk Railroad.

Cmo resultado, o disco acabou por consolidar de vez tudo aquilo que o punk trouxe abaixo quatro anos depois: a definição do estúdio e do álbum como as melhores retratações da música, o virtuosismo e as composições progressivas. Depois de 1997, nunca mais houve espaço no mainstream para uma obra tão complexa quanto essa.

Algumas das mais bonitas músicas do Pink Floyd estão nesse disco. Por isso, se você ainda não tem uma cópia desse disco, aproveite a efeméride e não perca mais tempo para ter a maior obra do rock progressivo de todos os tempos (ou compre as músicas no Baixa Hits!). Como o próprio David Gilmour eternizou no disco, “você é jovem, a vida é longa e há tempo para matar ainda hoje.”


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Entenda a importância de Dark Side of The Moon, disco do Pink Floyd que faz 37 anos