O sonho de Eunice Kathleen Waymon era ser uma grande pianista de repertório clássico. Talento e força de vontade ela tinha de sobra para realizar seu desejo. Mas ela não contava com algo terrível: O racismo. Ela era negra e estudar em um excelente conservatório musical não era permitido para pessoas de cor, entre os anos 1940 e 1950, nos Estados Unidos. Da revolta contra o preconceito e da possibilidade de se reinventar nasce Nina Simone, a cantora de bares de blues e dos cabarés do Harlem. Surge então uma pianista excepcional, com força dramática e sabedoria musical nos teclados e também uma militante negra com o objetivo de travar uma luta ferrenha contra o racismo. 

Não à toa, morou durante anos na Libéria, adotou looks africanos, tinha posições radicais contra os brancos e em seu repertório tinha músicas da força de Strange Fruit (clássico anti-racismo que ficou conhecido no tom visceral de Billie Holiday) e Mississipi Goddam, composta por ela sobre o assassinato de quatro crianças negras numa igreja, em 1963.

Nos anos 60, esteve envolvida em quase todas as causas raciais e foi uma das primeiras negras a ingressar na prestigiosa Juilliard School of Music em Nova York. No final da década, foi uma das grandes atgrações da chamada Woodstock negra, no Harlem.

Guerreou até o fim contra o preconceito racial e morreu no dia 21 de abril de 2003, na mais completa paz, dormindo.


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Faz 7 anos que a cantora e militante Nina Simone faleceu; relembre os famosos que lutaram contra o racismo