O segundo dia da Cúpula Empresarial Mundial sobre Mudança Climática, em
Copenhague, foi encerrado hoje (25) com um discurso da atriz
australiana Cate Blanchett, que pediu à comunidade empresarial para que
pressione aos políticos. Segundo ela, não chegar a um acordo mundial em
Copenhague seria “imperdoável”.

A necessidade de envolver os países em desenvolvimento no processo e de
transferir tecnologia foi mencionada como uma questão fundamental pelos
participantes da conferência.

“Não haverá um acordo mundial sobre clima se não há dinheiro para os
países em desenvolvimento e se as promessas de apoio descumpridas
anteriormente não forem atendidas”, declarou Björn Stigson, presidente
do Conselho Mundial Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável.

Colaboração entre setores, recompensas para os que favoreçam soluções
tecnológicas que respeitem o meio ambiente e a inclusão da silvicultura
como uma parte fundamental do processo de criação de mercados de bônus
de carbono foram outros dos aspectos destacados pelos empresários.

Os mais de 500 líderes empresariais de 57 países reunidos estabeleceram
a necessidade de um preço fixo para a troca de bônus de carbono como
condição para fazer com que a economia mundial gere baixas emissões de
gás carbônico (CO2).

O objetivo de criar regras fixas para acabar com a incerteza nos
mercados de bônus de carbono deve ser incluído como fator essencial no
acordo mundial que será negociado na capital dinamarquesa no final do
ano.

Junto com padrões comuns para combustíveis não renováveis, essas regras
contribuiriam também para impulsionar o desenvolvimento tecnológico
necessário para acelerar o processo, defendeu o diretor-executivo da
British Petroleum (BP), Tony Hayward, durante uma mesa-redonda com
outros líderes empresariais.

“Precisamos de mais transparência e clareza e de acabar com a incerteza
de um preço variável. Além disso, mais países devem seguir o exemplo da
União Europeia (UE), estabelecendo regras e objetivos concretos. Mas
tudo deve ser feito de forma gradual”, afirmou Samuel DiPiazza,
diretor-executivo da PricewaterhouseCoopers.

A Cúpula Empresarial Mundial sobre Mudança Climática, aberta ontem pelo
secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, terminará amanhã com uma
declaração final que será entregue ao primeiro-ministro dinamarquês,
Lars Løkke Rasmussen.

O documento incluirá uma série de recomendações concretas com vistas à cúpula mundial de dezembro.

Durante a conferência, a Prefeitura de Copenhague anunciou a assinatura
de um acordo com a empresa Better Place, especializada em serviços para
veículos elétricos, para incentivar o uso de carros elétricos com o
objetivo de que a capital dinamarquesa esteja livre de emissões de CO2
em 2025.

Até a cúpula de dezembro, serão instaladas estações de recarga para
carros elétricos. Além disso, haverá durante a conferência
demonstrações pela cidade das vantagens de usar este tipo de veículo,
explicou o responsável do Meio Ambiente local, Klaus Bondam.

Bondam também anunciou que uma cúpula paralela será realizada em
dezembro, a qual contará com a presença de representantes de 100
cidades de todo o mundo.


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Acordo sobre clima mundial passa por financiamento de países em desenvolvimento