O ex-vice-presidente americano Al Gore acredita que o plano apresentado pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, para reduzir as emissões em 17% no país até 2017 “é mais fraco do que deveria”.

Em declarações ao jornal britânico The Times, Gore se mostra satisfeito porque seu país, o mais poluente do mundo junto com a China, tenha colocado “objetivos em cima da mesa”, mas gostaria que estes “fossem mais ambiciosos”, e advertiu que “há dificuldades para que o plano seja aprovado no Senado”.

Al Gore, uma das figuras mais destacadas entre os ativistas contra a mudança climática, insistiu em que o atual objetivo da cúpula em Copenhague de estabilizar as emissões de dióxido de carbono (CO2) em 450 partes por milhão (ppm) é insuficiente.

“As 450 ppm (em referência à concentração de CO2 na atmosfera) não são o objetivo adequado. Mas estamos espremendo ao máximo a capacidade dos Governos inclusive para conseguir este número”, lamentou.

O político americano explicou que reduzir as emissões a 350 ppm seria uma meta mais segura para as próximas gerações. Alguns estudos situam a concentração atual de CO2 na atmosfera perto de 387 ppm, frente a uma média histórica de entre 189 e 280, mas, devido ao crescimento econômico e populacional, se prevê que aumentem para 450 ppm.

“Estamos jogando com o futuro da civilização humana ao aceitar exceções que fazem com que nosso rumo atual seja mais temerário. Mas é o caminho com mais possibilidades de ter êxito”, disse.

Al Gore também minimizou a importância da polêmica criada por uma série de e-mails enviados entre cientistas nos quais se fala de como manipular dados que confirmem a influência do homem na mudança climática.

“Esta é uma corrida entre o bom senso e o surrealismo”, defendeu o político americano, acrescentando que o consenso científico “continua crescendo e se tornando cada vez mais forte”.


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Al Gore diz que corte de emissões previsto por Obama é pouco

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