O governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, foi preso na quinta-feira (11) por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Acusado de participar de um esquema de corrupção no DF, que distribuiria recursos na Câmara Legislativa local, Arruda passou a ser investigado pela Polícia Federal a partir de vídeos que mostravam os supostos repasses de propina.

Com a crise instaurada, Arruda foi expulso do partido Democratas e chegou a dizer que o dinheiro recebido era uma contribuição legal de campanha eleitoral para a compra de panetones.

Nessa atmosfera de irregularidades, o Virgula relembra alguns outros casos recentes de governadores que se meteram em problemas administrativos. Confira:

Cássio Cunha Lima (PSDB)

Governador reeleito na Paraíba, Cunha Lima foi acusado de usar dinheiro de um programa social em benefício de sua campanha eleitoral. Após indas e vindas, teve seu mandato cassado em 17 de fevereiro de 2009

Ivo Cassol (PP)

O governador de Rondônia Ivo Cassol chegou a ter o mandato cassado em novembro de 2008, mas conseguiu reverter a decisão no Tribunal Superior Eleitoral. Suspeito de articular um esquema de compra de votos e abuso de poder econômico nas eleições de 2006, Cassol se mantém no cargo enquanto aguarda o julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A fidelidade partidária não é forte de Cassol – o governador foi eleito pelo PSDB (e posteriormente expulso do partido), passou pelo PPS e hoje está no Partido Progressista (PP).

Zeca do PT

O governador do Mato Grosso do Sul está com o currículo recheado de denúncias e suspeitas, mas não corre risco de ter o mandato cassado. Pelo contrário, Zeca deve buscar a reeleição em 2010. Entre as irregularidades, o sul-matogrossense é acusado de utilizar a máquina pública em benefício próprio. Segundo cálculos do Ministério Público, os desvios podem superar os R$ 300 milhões.

Yeda Crusius (PSDB)

A crise no governo de Yeda Crusius teve início em novembro de 2007, quando a Polícia Federal desmantelou um suposto esquema de fraude que teria desviado R$ 44 milhões do Detran do Rio Grande do Sul. Aliados da governadora foram presos e foi aberta uma CPI para apurar o caso. Entre outras coisas, Yeda foi acusada de ter pago parte de sua casa com recursos que sobraram da campanha eleitoral. Em março de 2009, a pedido do Ministério Público Eleitoral, a PF abriu investigação sobre o suposto uso de caixa dois na campanha da governadora e a crise agravou. A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul chegou a analisar um pedido de impeachment da governadora, mas o documento foi arquivado no final do ano passado.

José de Anchieta Júnior (PSDB)

O governador de Roraima José de Anchieta Júnior foi acusado pelo Ministério Público Eleitoral de abuso de poder político, econômico, compra de votos, conduta vedada a agente público e fraude eleitoral nas eleições de 2006. Mas tantas acusações não foram suficientes para que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aceitasse sua cassação. Em dezembro do ano passado, o tucano teve o pedido de cassação do mandato rejeitado pelo TSE.

Jackson Lago (PDT)

Eleito governador do Maranhão, teve o mandato cassado pelo TSE em abril de 2009. Lago foi acusado no final de 2007 de cometer irregularidades como abuso de poder e compra de votos durante o processo eleitoral. A ação que resultou na cassação de Lago foi movida pela coligação de Roseana Sarney (PMDB), segunda colocada em 2006, que assumiu o Palácio dos Leões após a decisão do TSE.


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'Amigos de Arruda': Quais os governadores que enfrentaram problemas na Justiça?