Um ano após o escândalo dos cartões corporativos, servidores da Presidência e dos ministérios retiraram mais dinheiro no caixa no primeiro trimestre deste ano do que no mesmo período de 2008. Apesar da orientação de controle dos saques, foram retirados diretamente no caixa uma média de R$ 48 mil por dia. No mesmo período de 2008, o valor foi menos da metade e atingiu a média de R$ 22,6 mil. No total, foram retirados R$ 4.323.787 contra R$ 2.039.354 no primeiro trimestre do ano passado.

As irregularidades cometidas por servidores, inclusive ministros, com o uso do cartão levaram o governo a publicar portaria restringindo a retirada de dinheiro em caixa. Ficou então estabelecido um limite de saques com cartão: 30% das despesas totais anuais de cada órgão com suprimentos de fundos – que são os gastos excepcionais, feitos sem licitação.

Os dados constam do Siafi, sistema de acompanhamento da execução orçamentária oficial do governo federal. Em alguns casos, o limite de 30% no trimestre foi comprometido. Ainda de acordo com Siafi, os ministérios da Justiça e da Cultura, por exemplo, sacaram com o cartão 71,44% e 33,44% do total usado com suprimento de fundos no período.

“Percebemos que, no ano passado, em razão da CPI, houve diminuição dos gastos. Passada a CPI, o apetite aumentou. Não há correspondência nas ações do governo para o crescimento com esse tipo de gasto”, disse o líder do PSDB na Câmara, José Aníbal (SP).


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Após escândalo dos cartões corporativos, saques voltam a aumentar