O aquecimento do Ártico é mais rápido do que se imaginava e trará graves consequências globais, como a elevação do nível do mar em um metro até 2100 e a expectativa de que inundações afetarão um quarto da população mundial.

Estas são algumas das conclusões de um relatório científico apresentado hoje pelo Fundo Mundial para a Natureza (WWF, na sigla em inglês), no qual, pela primeira vez, foram incorporadas as recentes observações sobre o clima do Ártico e seus impactos.

“O Ártico, um componente crítico de nosso sistema climático global, aqueceu o dobro que o resto do mundo nas últimas décadas. E a medida que o Ártico aquece, produz efeitos que amplificam ou aceleram a mudança climática”, explicou Martin Sommerkorn, assessor para a mudança climática do WWF, ao apresentar o relatório durante a terceira Conferência Mundial do Clima.

A maior parte dos resultados negativos do aquecimento do Ártico não aparecia em estudos anteriores, simplesmente, porque a ciência não estava tão avançada.

Além disso, as camadas geladas do Ártico armazenam duas vezes mais carbono do que o existente na atmosfera.

“O rápido aquecimento do Ártico pode levar ao desaparecimento de 90% da camada próxima à superfície do permafrost (solo formado por terra, rochas e gelo que permanece congelado em toda a faixa do Ártico) no final deste século, e isto, tem o potencial de liberar à atmosfera grandes quantidades de carbono em forma de dióxido de carbono e metano”, afirmou Sommerkorn.

O estudo constata que nos últimos dois anos aumentaram os níveis de metano, um gás de potente efeito estufa na atmosfera, ao que se atribui ao aquecimento da tundra ártica – vegetação rasteira das regiões polares que se desenvolvem no verão com o derretimento do gelo.

Por isso, o WWF considera que a redução em 25% das emissões mundiais de CO2 neste século – o objetivo que colocava o IPCC para frear a mudança climática – é insuficiente, já que esse estudo desconsiderava as condições árticas.


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Aquecimento do Ártico elevará nível do mar