De acordo com o senador José Nery (PSOL-PA), o ex-ativista italiano Cesare Battisti, condenado em seu país por quatro assassinatos cometidos na década de 1970, beneficiado com o refúgio político concedido por Tarso Genro, ministro da Justiça, e alvo de um julgamento no Supremo Tribunal Federal, em que a Itália pede sua extradição e que está empatado em 4 a 4, teria iniciado ontem uma greve de fome.

De acordo com Nery, Battisti está em “greve total de fome” e alegou, em carta aberta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que não lhe “resta outra alternativa”. Ontem, o italiano se encontrou com militantes de movimentos sociais na penitenciária da Papuda, em Brasília, onde está detido, e teria se apresentado muito abatido.

Nery disse que teria pedido ao secretário-geral da Presidência, Luiz Dulci, para que a carta fosse entregue a Lula antes da viagem internacional (Paris e Roma), iniciada ontem. Em um trecho da carta, Battisti alega que “sempre lutei pela vida, mas se é para morrer, eu estou pronto, mas, nunca pela mão dos meus carrascos. Aqui neste país, no Brasil, continuarei minha luta até o fim, e, embora cansado, jamais vou desistir de lutar pela verdade”.

Agradecendo a concessão do refúgio político, que permitiria sua permanência no Brasil, ele destacou também que “é surpreendente e absurdo, que a Itália tenha me condenado por ativismo político e no Brasil uns poucos teimam em me extraditar com base em envolvimento em crime comum (…) entrego minha vida nas mãos de Vossa Excelência e do Povo Brasileiro”.


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Cesare Battisti faz greve de fome