A China pediu nesta sexta-feira uma atitude positiva na próxima cúpula sobre mudança climática em Copenhague, a fim de conseguir um consenso mínimo que sirva de guia construtivo para continuar avançando.

“Se as negociações continuarem (após Copenhague), e acredito que seja uma possibilidade, então o documento (assinado) deveria fornecer um guia construtivo para chegar ao nível seguinte”, disse hoje o vice-ministro de Assuntos Exteriores chinês, He Yafei, em um encontro com a imprensa.

Os preparativos para Copenhague enfrentam dificuldades e atrasos, prosseguiu o funcionário. “Mas não deveríamos perder a confiança nem abandonar o processo pensando que Copenhague será um fracasso”, acrescentou, ao se referir às cada vez menores esperanças de um acordo ambicioso na cúpula, devido à recessão global.

“Não deveríamos ser tão pessimistas”, disse o vice-ministro, quem acrescentando que seu Governo “está estudando” propostas como a da Dinamarca, que busca um acordo político marco que inclua os compromissos e pontos de consenso de cada país.

A postura da China frente à cúpula, que será realizada de 7 a 18 de dezembro, consistirá em reforçar documentos já pactuados, como a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática (UNFCCC, em inglês), o Protocolo de Kyoto e o Mapa do Caminho de Bali.

Precisamente, a China defenderá “o princípio de que todas as nações têm responsabilidades comuns, mas diferenciadas, na luta contra a mudança climática”, nos pontos definidos sobre redução de emissões poluentes, transferência de tecnologia e financiamento.

Os EUA, que não ratificaram o Protocolo de Kyoto, buscam um resultado não vinculativo em Copenhague, enquanto a China espera que os países mais ricos, liderados por Washington, reduzam primeiro suas emissões e ajudem financeira e tecnologicamente a nações menos desenvolvidas.

Este problema será “um ponto-chave” na agenda da visita do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, à China este mês. “Certamente, vemos dificuldades na conferência”, reconheceu He, acrescentando que, no entanto, “esperamos que o processo possa ir em frente e desejamos ver uma atitude positiva e construtiva por parte dos EUA”, principal emissor de gases poluentes e cujo Senado apoiou ontem a proposta ambiental democrata.

A cúpula em Copenhague tem como objetivo conseguir um acordo global para frear a mudança climática a partir de 2013, após o Protocolo de Kyoto expirar, em 2012.

Mas os desencontros entre as principais potências, como EUA e China (segundo maior emissor), reduziram objetivos que, caso Copenhague fracasse, terão uma nova oportunidade em 2010, na reunião do México.


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China pede atitude positiva para acordo mínimo em Copenhague