As assinaturas de jornais e as vendas nas bancas continuam caindo diante da concorrência com as notícias disponibilizadas gratuitamente na internet, mas cinco grandes grupos midiáticos estão dispostos a encontrar uma fórmula para frear esta tendência.

A Conde Nast Publications, Hearst Corp, Meredith Corp, News Corp e Time Inc, que editam algumas das principais publicações em inglês como The Wall Street Journal, a revista Time e a Sports Illustrated, decidiram unir suas forças para fornecer seus conteúdos em dispositivos eletrônicos como e-books ou telefones celulares e conseguir, portanto, que o leitor pague, mesmo que pouco, para ter acesso a eles.

A aliança foi anunciada esta semana e está focalizada na venda de jornais e revistas, mas os cinco grupos não descartam que servirá também para a distribuição de livros ou histórias em quadrinhos.

Trata-se de um projeto ambicioso com muitos detalhes ainda a serem decididos. As cinco empresas, que não anunciaram quanto pensam investir, querem desenvolver um software para tornar acessíveis seus conteúdos em aparelhos que ainda não existem, mas que, segundo as expectativas, devem ir além dos telefones celulares atuais ou dos leitores eletrônicos em perto e branco.

John Squires, gerente provisório do projeto, disse à imprensa americana que o serviço final funcionará tanto com jornais quanto com livros e outros produtos editoriais.

Squires disse que é difícil antecipar quando o projeto estará terminado, embora possivelmente chegue antes aos telefones celulares que aos leitores de livros eletrônicos.

“Quando os sofisticados e-books em cores chegarem ao mercado, precisaremos ter uma aplicação ou experiência que seja atrativa para os leitores”, acrescentou.

Quando for finalizado, o projeto terá também uma vantagem a respeito dos atuais e-books, em termos de compatibilidade.

Atualmente, um jornal descarregado no Kindle, da Amazon, por exemplo, não pode ser lido nos leitores da Sony. No entanto, nesse caso, “uma vez comprado, o conteúdo estará liberado para que os consumidores possam desfrutá-lo em qualquer lugar, momento e plataforma”, explicou Squires.

Parte da ideia é também atrair mais renda com publicidade e permitir que as editoras elevem os preços de seus anúncios digitais, atualmente muito mais baratos que os divulgados na imprensa escrita.

O consórcio formado pelas cinco editoras espera vender os conteúdos de suas publicações em algum tipo de loja online similar ao iTunes, da Apple, o que permitiria atrair mais visitas e, portanto, mais publicidade.

A queda das assinaturas pela ampla disponibilidade de conteúdos gratuitos na rede está obrigando as editoras a buscar soluções criativas para aumentar sua renda com publicidade ou encorajar os leitores a pagar pelo que leem.

A News Corporation, por exemplo, está negociando com a Microsoft para que seus conteúdos apareçam em exclusiva no Bing, o buscador na internet de propriedade do gigante do software.

A empresa receberia uma compensação econômica por parte da Microsoft e poderia aumentar sua renda sem ter de depender dos anúncios publicitários ou começar a cobrar de seus leitores por conteúdos que até agora recebem de graça.

O acordo é também um golpe para a ferramenta da busca Google, ao qual Rupert Murdoch, presidente da News Corporation, criticou duramente por fornecer conteúdos jornalísticos de outros sem contribuir com “nem um centavo”.

O Google, por sua parte, deu recentemente um passo simbólico para acabar com a cultura do “tudo de graça” na rede e anunciou que limitará o acesso gratuito a notícias na internet.


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Cinco grandes grupos midiáticos se aliam para lançar jornais eletrônicos

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