Uma das principais bandeiras do governo federal para defender seus programas sociais e políticas econômicas foi o crescimento da classe média brasileira nos últimos anos.

No entanto, essa tendência que se desenhou recentemente foi interrompida pela crise internacional. Isso é o que indica o estudo O Observador 2009.

A pesquisa, que foi feita pela Ipsos e pela financeira Cetelem, indicou que, entre 2007 e 2008, a classe C se manteve praticamente estável, registrando uma leve queda de 46% para 45% do total da população. Entende-se como representantes desta classe as famílias com renda média de R$ 1.201.

“Agora, notamos que o momento é de uma estabilidade social no país. Com o grande crescimento econômico nos últimos anos, tivemos o crescimento da classe C. Mas, não é possível crescer indefinidamente” declarou o vice-presidente da Cetelem no Brasil, Marcos Etchegoyen.

O estudo da empresa financeira francesa é realizado há quatro anos e envolveu um total de 1,5 mil pessoas em 70 cidades brasileiras. Quando se fala em números absolutos, foi registrada a redução de 2 milhões de pessoas na classe C. Em 2008, 84,62 milhões de brasileiros estavam nesta faixa de renda, contra 86,2 milhões em 2007.

Se por um lado a classe C perdeu representantes, foi registrado um crescimento nas classes D e E, que são as famílias com renda média mensal de R$ 650. Este total avançou de 72,9 milhões para 75,8 milhões entre 2007 e 2008. Também houve um aumento das classes A/B (rendimentos médios de R$ 2.586) de 28 milhões para 29,3 milhões de pessoas no mesmo período.

A grande mudança registrada pela pesquisa foi a interrupção da migração de pessoas das classes D e E para a classe C. Desde 2007, a chamada classe média passou a ser a maior parte da população brasileira. Os dados apontam que, apesar do encolhimento nestas classes em 2008, houve um aumento de renda de 13% e 12% nas C e D/E, respectivamente.

No final de semana, o jornal O Estado de S.Paulo, publicou um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que aponta que a classe C já representava, na última semana de abril, 53,6% da população das seis principais regiões metropolitanas do país, após ter caído de 53,81% para 52,64% em janeiro. Já as classes A e B correspondiam a 13,3% dessas seis regiões na última semana de abril.


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Crise interrompe crescimento da classe média

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