A presidente argentina Cristina Kirchner, em decisão surpreendente, resolveu antecipar em quatro meses as eleições legislativas nacionais, de 25 de outubro para 28 de junho. Ela anunciou nesta sexta (13) o envio do projeto, e disse que a decisão foi tomada para encurtar o debate político e, deste modo, melhor enfrentar a crise mundial.

“Seria quase suicida embarcar a sociedade em disputas até outubro quando o mundo cai em pedaços e pode cair em cima de nós”, disse Cristina em discurso ao lado de seu marido e também antecessor na presidência do país, Néstor Kirchner.

Entretanto, especula-se que a medida foi tomada para evitar que ocorram mais deserções na base parlamentar. A medida pode ser essencial para o casal Kirchner, que vive seu pior momento em sete anos. A popularidade de Cristina, eleita no final de 2007, caiu de 60% para 30% desde o conflito com o setor rural.

Crise agrícola

As complicações no setor agrícola argentino começaram no dia 11 de março de 2008, quando o então ministro da Economia, Martín Lousteau, apresentou um novo esquema de impostos que aumentou os impostos das exportações de soja, que desencadeou uma crise do governo com o setor agropecuário.

Em protesto, as quatro entidades que representam os trabalhadores das atividades rurais (Federação Agrária, Confederações Rurais Argentinas, Sociedade Rural Argentina e Coninagro) se uniram para bloquear mais de 300 pontos das rodovias de todo o país, impedindo assim a circulação dos produtos rurais.

Com o ocorrido, os argentinos culparam a presidente Cristina Kirchner do atual conflito do setor agropecuário, que provocou desabastecimento de alimentos e escalada da inflação. Desde então, a imagem e popularidade da presidente argentina só tem piorado.


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Cristina Kirchner propõe adiantar a eleição