Em sua última aparição pública no cargo, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Mário Torós, disse que a crise financeira internacional foi o grande teste pelo qual passou o Banco Central nos últimos anos. Segundo ele, que foi demitido nesta segunda-feira (16), as medidas de proteção do sistema financeiro, aplicadas pelo BC, estavam na direção correta.

Torós perdeu o cargo de diretor por conta de uma entrevista publicada no jornal Valor Econômico, na última sexta-feira (13). Ele relatou os bastidores do governo na crise e conta detalhes sobre as dificuldades enfrentadas por determinadas instituições financeiras. O substituto indicado é Aldo Mendes, ex-vice-presidente do Banco do Brasil.

“Acho que conseguimos atingir os nossos objetivos”, disse o diretor. Torós afirmou que a falta de crédito que ocorreu no país, a partir do segundo semestre de 2008, deixou claro que o BC não poderia usar apenas a taxa de juros como instrumento para  enfrentar a crise.

Por isso, o BC liberou R$ 99,8 bilhões dos compulsórios dos bancos e injetou os recursos nos bancos de pequeno e médio portes. Informou que a média diária de concessão de crédito entre janeiro e setembro de 2008, que era de R$ 7,1 bilhões, já conseguiu se recuperar, atingindo o mesmo patamar entre março e setembro deste ano, após sofrer forte retração devido à crise global.

Torós participou de seminário comemorativo dos 30 anos do Sistema Especial de Liquidação e Custódia. O Selic é administrado pelo BC e operado em parceria com a atual Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais, resultante da fusão entre a Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro (Andima) e da Associação  Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid).


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Demitido, diretor do BC afirma que crise internacional foi grande teste