A imprensa de Israel comentou nesta quinta-feira (12/05) o discurso do papa Bento XVI no monumento às vítimas do Holocausto, e criticou o pontífice por não usar palavras como “perdão” ou “remorso” em suas palavras.

O diário Ha’aretz, o mais progressista e o segundo mais influente do país, disse que Bento XVI “não lembrou a responsabilidade dos nazistas no Holocausto”, o que considera importante, levando em conta a origem alemã do papa e seu passado na juventude hitlerista e na Wermacht, as forças armadas do Terceiro Reich.

O Museu do Holocausto foi a segunda parada do pontífice após sua chegada na segunda-feira (11/05) a Israel e, talvez, a mais importante de toda a sua peregrinação, devido à comoção que desperta neste país o genocídio de seis milhões de judeus nas mãos dos nazistas.

O jornal Yedioth Ahronoth, o de maior tiragem em Israel, comentou que Bento XVI “perdeu uma oportunidade ao não pedir perdão ao povo judeu” pelo Holocausto.

Já o diário Maariv, jornal mais conservador e o segundo maior em vendas no Estado judeu, comentou que “o menino da juventude hitlerista e o soldado da Wermacht não lembrou os nazistas nem lamentou (o Holocausto)”.

O ainda mais conservador Jerusalem Post afirmou que o papa “não mostrou sinais de remorso” ao “não pedir perdão em seu discurso no Museu do Holocausto”.

Vaticano

O papa Bento XVI nunca pertenceu à Juventude Hitlerista, reiterou nesta terça-feira (12/05), por três vezes, o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi.

O papa, de acordo com o porta-voz, era um seminarista “que com 16 anos foi alistado à força no corpo dos auxiliares para a defesa aérea, como ocorria naquela época com todos os jovens alemães”.

“Era uma força auxiliar do Exército, que não tinha nada a ver com os nazistas nem com a ideologia nazista”, acrescentou.


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Discurso do papa sobre Holocausto gera descontentamento em Israel