O Warp não é só umselo. Criado em 1989 na cidade inglesa de Sheffield, a companhia fonográfica e produtora cinematográfica viu sua história se confundir com a evolução da música eletrônica no Reino Unido, tornando-se rapidamente um dos selos mais respeitados pelos DJs, produtores, críticos e pelo público.

Mas a marca do Warp não se resumiu a lançar um vasto catálogo de artistas, que hoje inclui os excelentes Maximo Park, Vincent Gallo e Boards of Canada, além do geniais Squarepusher e Aphex Twin. O selo influenciou cenários inteiros da música internacional, ganhou entusiastas do peso de Daft Punk, Thom Yorke e Bjork, tornando-se pioneiros em diferentes modos de distribuição de música e carregando uma forte marca “avant-garde” em suas produções audiovisuais.

Para comemorar os 20 anos de sua fundação, o Warp lançou uma caixa massiva com vários CDs e vinis, além de um livro de respeito, com toneladas de material inédito que agora vê a luz do dia com a mais nova iniciativa do selo. Como se não bastasse, a companhia ainda está realizando uma série de eventos especiais na América Latina que aterrisa em São Paulo nesta semana.

Nossa reportagem conversou com Andy Turner, da dupla veterana Plaid, que falou sobre o selo, seus projetos pessoais e sobre a apresentação que rola nesta terça no SESC Pompéia. Veja a conversa na íntegra abaixo. 

Virgula Música – Como é ser parte da história do selo Warp?
Andy Turner – Tem sido muito divertido. O Warp é um grande selo para se trabalhar, nunca nos esfolou e sempre esteve do nosso lado para tudo. Conhecemos muita gente legal nesses anos. A dedicação deles com a música nunca foi pouca, e por isso conseguiram dar apoio total para seus artistas nos últimos anos.

Virgula Música – O trabalho de vocês como “remixer” cresceu tanto quanto a reputação como produtores. Qual você acha que é a marca registrada dos seus remixes?
Andy Turner – Nós nos dedicamos igualmente às nossas faixas e aos nossos remixes. Muitas vezes, reescrevemos algumas pequenas partes das faixas originais para ficarem similares ao nosso trabalho. E isso faz a diferença, porque muitas pessoas são extremamente preguiçosas no que diz respeito a remixar.

Virgula Música – Vocês têm trabalhado com conceitos audiovisuais há algum tempo. Você acha que as pessoas estão finalmente entendendo esse tipo de projeto?
Andy Turner – Acho que esse mercado ainda é pequeno, mas isso está mudando vagarosamente à medida em que os dispositivos portáteis vão ficando cada vez mais acessíveis. Vivemos um momento bastante excitante para artistas visuais, o que é comparável ao começo dos anos 90 para a música eletrônica, hoje o equipamento e os softwares para fazer um trabalho de qualidade podem ser comprados a preços razoáveis. Agora tudo depende de uma grande ideia.

Virgula Música – Vocês já compuseram para curtas-metragens. Já pensaram em se abrir para novas possibilidades, fazer música para videogames por exemplo, sabendo que vender CDs já não basta pra conseguir pagar as contas?
Andy Turner – Conversamos com algumas empresas sobre essa possibilidade, mas nada saiu dessas conversas até agora. Estamos realmente abertos a essa idéia, principalmente por que somos dois amantes dos games.

Virgula Música – Como será o show de vocês em São Paulo?
Andy Turner – Será incrível! Nós vamos tocar principalmente nosso material inédito, que vai sair no nosso próximo lançamento, Scintilli.

Virgula Música – No site do Plaid tem um comunicado informando que vocês estão trabalhando num “projeto experimental ambisônico”. O que podemos esperar desta empreitada?
Andy Turner – Nord Rute será um projeto muito interessante. Vamos tocar numa fortaleza de gelo na Noruega no ano que vem. Toda a plateia será convidada para a experiência num ambiente totalmente escuro, para acentuar a audição. Será uma noite única.

SERVIÇO

Show especial com Plaid e Tim Exile (+ Flat-E, Warp DJ)

Quando: 13/10
Onde: SESC Pompeia (Auditório) – Rua Clélia, 93
Quanto:  R$ 20 (R$ 10 a meia)
Ingressos: Na bilheteria do SESC Pompéia


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Entrevista: Andy Turner, do Plaid, fala sobre os 20 anos da gravadora Warp e sobre show no Brasil