O governo dos Estados Unidos solicitou formalmente à Suíça a extradição do cineasta Roman Polanski, detido no país desde o último dia 26 de setembro por um processo que tem pendente desde 1977 na Justiça americana.

O Escritório Federal de Justiça da Suíça (OFJ) confirmou nesta sexta-feira (23) que recebeu a solicitação de extradição através da Embaixada dos Estados Unidos em Berna.

O pedido de extradição se baseia em uma ordem de detenção ditada em 1º de fevereiro de 1978 por um tribunal da Califórnia porque Polanski não se apresentou perante o juiz apesar de ter se comprometido a isso.

Nesse procedimento judicial, o cineasta franco-polonês tinha se declarado culpado de haver mantido relações sexuais com uma menor de idade, razão pela qual é perseguido pelas autoridades dos EUA.

A extradição foi pedida para que o tribunal competente possa pronunciar sua pena por esse delito, segundo a OFJ.

Agora, a OFJ deve transmitir a demanda de extradição à Zurique, onde Polanski está detido e que se encarregará de notificá-lo.

O cineasta terá um prazo para apresentar suas alegações à reivindicação da Justiça americana.

“Sobre a base do processo de extradição e das observações de Roman Polanski, a OFJ decidirá se convém aprovar ou não a extradição aos Estados Unidos”, assinalou a instância judicial.

Caso a extradição seja aprovada, Polanski pode recorrer ao Tribunal Federal Penal suíço e, em última instância, ao Tribunal Federal.

O advogado de Polanski, Georges Kiejman, assinalou que seu cliente poderia ir voluntariamente aos EUA para explicar-se perante a Justiça a fim de evitar permanecer detido durante um processo de extradição que poderia durar meses.

“Se este processo se eterniza, não é completamente impossível que Roman Polanski decida ir explicar-se aos Estados Unidos (…), onde os argumentos a seu favor não são inexistentes”, sustentou o advogado.

As acusações contra o diretor de cinema foram retiradas por sua vítima, que também declarou há dez anos que lhe tinha perdoado.

Esta semana, o Tribunal Federal Penal da Suíça negou ao cineasta a liberdade condicional por considerar que existia um risco elevado de fuga, tanto pelos “meios econômicos” que dispõe Polanski, como por suas “motivações”.

O advogado detalhou que entre essas motivações poderia estar o desejo de reunir-se com sua família, assim como o impacto que teria para sua carreira interrupção prolongada de seu trabalho.

Polanski foi detido no aeroporto de Zurique, onde devia assistir a um festival de cinema que tinha programado homenageá-lo por sua carreira.


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EUA formalizam pedido de extradição de Roman Polanski