Investigada pelo Ministério Público Estadual (MPE) e pelo Departamento de Procedimentos Disciplinares (Proced) da Prefeitura, Isleyd Pereira Smarzaro, ex-diretora técnica do Teatro Municipal de São Paulo, acusou a Secretaria Municipal de Cultura de omissão no caso da compra de instrumentos musicais com valores bem acima dos praticados no mercado.

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“Só assinei os papéis autorizando a compra. Antes disso, o processo passou por uma comissão de licitação, pela área jurídica da Secretaria, e ninguém apontou nada”, alegou Isley, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo. “Nem tenho parâmetros para avaliar valores de instrumentos musicais. Para mim, como dirigente, foi uma licitação normal, como tantas outras da minha gestão.”

A ex-diretora ficou no cargo entre abril de 2007 e fevereiro de 2008. Ela negou ter conhecimento de que um funcionário do Municipal era proprietário da empresa vencedora da licitação. “São muitos funcionários, pilhas de papéis em cima da mesa. Não há tempo para analisar tudo.”

Licitação

Com valor de R$ 226 mil, a licitação para a compra de oito instrumentos para o Teatro Municipal ocorreu em 13 de novembro de 2007. Relatórios do Proced e do MPE apontam sobrepreço de duas vezes e meia o valor de mercado.

Além de Isleyd, são suspeitos o microempresário e músico Leônidas Júnior de Souza Faria, ex-arquivista do Municipal e cuja firma ganhou a licitação; e o funcionário público Clésio André de Melo. Há ainda dúvida quanto a origem dos instrumentos, uma vez que Faria não apresentou notas fiscais que comprovem a legalidade da importação.


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Ex-diretora do Teatro Municipal culpa secretaria por licitação