O turismo ligado ao consumo de maconha na Holanda pode estar com os dias contados. Justamente para acabar com a imagem de país tolerante ao uso de drogas leves, o governo quer introduzir a partir desta sexta-feira (11) medidas para proibir que visitantes comprem ou consumam maconha nos famosos cafés espalhados pelo país.

Pela nova proposta, assinada pelos ministros da Justiça, Saúde e da Casa Civil, os cafés que têm licença para vender maconha poderão manter seu negócio, mas terão de criar um sistema que funcionará como um clube, somente para sócios, excluindo estrangeiros. Também está prevista a redução na quantidade de maconha comercializada nos cafés, de cinco para três gramas.

“Os cafés deveriam retomar o seu formato original: pontos de venda para usuários locais e não como fornecedores em larga escala para consumidores de todos os países vizinhos”, concluiu a comissão. Ainda segundo o documento, “a situação está fora de controle”.

O volume de negócios relacionados às drogas na Holanda atinge mais de R$ 4,85 bilhões ao ano. Somente em impostos sobre as 265 toneladas de drogas leves vendidas no ano passado nos 730 estabelecimentos de todo o país renderam ao governo R$ 957 milhões.

A lei que permite a comercialização de pequenas quantidades de maconha vigora desde 1976 no país.

Contra a ideia

É justamente a polícia a principal entidade a criticar a nova proposta. “Pela lei, todos os cidadãos europeus devem ser tratados igualmente”, disse Raymond Dufour, da Fundação de Política de Drogas da Holanda, a uma rádio local.

“Então não se pode dar um tratamento a holandeses e outro a cidadãos europeus”, explica.

Segundo ele, a proibição não vai resolver os problemas de uma cidade como Amsterdã. “Se os turistas não puderem comprar maconha nos cafés, ela vai ser vendida de maneira ilegal, como já acontece em tantas outras cidades no mundo inteiro”.


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Fim da festa? Holanda quer proibir venda de maconha para turistas