Esporte mais popular da Terra, o futebol é a ferramenta escolhida pela fundação United Against Malaria para conscientizar o mundo sobre a necessidade de combater a doença por causa do Dia Mundial da Malária, que ocorre neste domingo (25).

A fundação criada por Bill e Melinda Gates aproveitou a proximidade da Copa do Mundo da África do Sul para organizar neste fim de semana jogos amistosos em Mali, Tanzânia, Gana, Costa do Marfim, Nigéria, Zâmbia e Uganda, além de realizar conferências sobre a doença com a participação de importantes personalidades do mundo do futebol.

“A malária mata uma criança a cada 30 segundos e 91% das mortes pela doença ocorrem no continente africano, isto é uma tragédia enorme, já que é uma doença para qual tem prevenção e tratamento”, disse à agência EFE a diretora para a África de United Against Malária, Christina Barrineau.

Jogadores do gabarito de Frederic Kanouté e Roger Milla, além de autoridades como o presidente da Fifa, Joseph Blatter, e o presidente do Barcelona, Joan Laporta, participam da iniciativa de United Against Malaria.

Calcula-se que as mortes por malária, que é transmitida pela picada de um mosquito, representa uma perda de US$ 12 bilhões por ano. Distribuir meios de prevenção que evitem o contágio da doença, que mata quase 1 milhão de pessoas por ano, representaria um investimento de apenas US$ 10 por pessoa, segundo a instituição.

“Nosso objetivo é unir parceiros, empresas, equipes de futebol, ONGs, Governos, ministérios e organizações para que utilizem o poder do mundial para conscientizar as pessoas sobre a situação que vive a África com relação à malária”, afirmou Barrineau.

“Queremos que neste ano toda a África tenha acesso aos tratamentos adequados e aos meios necessários para se proteger contra a malária, porque assim estaremos salvando milhões e milhões de crianças a cada ano”, acrescentou .

Pelos números da organização, nos 90 minutos que dura um jogo de futebol morrem 180 pessoas, 85% dos mortos por causa da malária na África são menores de cinco anos e das crianças contaminadas com malária cerebral, 26,3% sofre de deterioração cognitiva.

“Se pensarmos que o continente africano nos deu atletas incríveis e quanto não podem ter tido a trajetória abreviada por causa da malária”, cogitou Barrineau.

“Além disso, existem jogadores que são afetados pela malária, e muitas equipes que participam de ligas de primeira divisão não gostam de enviar jogadores à África para que joguem com seleções nacionais porque às vezes voltam com a doença e isto é algo negativo para todos”, sentenciou.

Atualmente, no mundo todo, mais de 3,3 bilhões de pessoas correm o risco de contrair a malária, mas os esforços para controlar as infecções estão dando resultados.

A distribuição de mosquiteiros para evitar as picadas à noite, o uso de inseticidas nas casas e de remédios conseguiu que países como a Eritréia, Ruanda e Zâmbia reduzissem a 50% as mortes por malária.

O principal objetivo da fundação United Against Malaria é cumprir com a meta proposta pela ONU de acabar com as mortes por causa da malária até 2015.


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Futebol será ferramenta de conscientização na luta contra a malária