O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, disse hoje (19) que não vê problemas para o advogado-geral da União, José Antônio Toffoli, assumir uma vaga no Supremo em virtude da condenação  em 1ª instância no estado do Amapá. “Não atribuo relevo a esse tipo de questão, a não ser que venham outros dados”. E acrescentou: “A questão fundamental é isso: tem relevo para eventualmente justificar uma recusa? A princípio não me parece que seja o caso”.


 


Toffoli e seus sócios em um escritório de advocacia foram condenados no último dia 8 de setembro pela 2ª Vara Civil do Amapá a devolver R$ 420 mil aos cofres públicos do Estado. Eles foram contratados pelo governo do Estado para prestar serviços de assistência jurídica ao governo estadual. O presidente do STF afirmou desconhecer a ação contra Toffoli e disse que quem lida com atividade na advocacia pública ou na advocacia privada, ou quem exerce função pública, é “suscetível de ter esse tipo de ação”.


 


Segundo o ministro, é preciso examinar em que contexto essa questão se deu. “Em princípio, me parece que isso é da normalidade de quem está exercendo atividade seja como advogado privado ou público.”


 


De acordo com Mendes, há um padrão que está se delineando com a mídia suscitando denúncias. Ele ressaltou que é um padrão estabelecido pelo próprio Partido dos Trabalhadores em seu tempo de oposição, “fazendo pior: se associando ao Ministério Público” com os procuradores “que eram braços institucionais do PT”. “O PT denunciava alguma coisa, e eles faziam logo uma ação”, salientou.


O ministro lembrou que o Brasil tem essa experiência, mas que é preciso evoluir, uma vez que isso é coisa do passado. “Acho que devemos ir para o debate substancial”. Mendes disse que, quando da sua indicação para o Supremo, sofreu críticas não só do PT, mas de juristas ligados ao partido como Dalmo de Abreu Dallari, por estar vinculado a  AGU. “O que ele [Dallari] vai dizer hoje?”, indagou Mendes.


 


Para o presidente do Supremo, é preciso que se discutam questões substanciais para avaliar se o indicado ao STF se está preparado para o cargo. “Quem está na vida pública está sujeito a processo. Cabe examinar se tem substância para o conceito de representação ilibada. Ter um processo contra alguém não afeta. Não me parece que seja assim, claro que isso terá que ser examinado dentro do seu contexto próprio.”
 


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Gilmar Mendes não vê impedimento para Toffoli assumir vaga no STF