A organização Coalizão de Defesa da Amazônia pediu nesta quarta-feira (27) a atenção dos acionistas da Chevron para o caso dos membros de várias comunidades indígenas do Equador que movem uma ação contra a companhia petrolífera.

O presidente da organização, Luis Yanza, falou perante a junta de acionistas da companhia, reunida na Califórnia, e convidou o diretor-executivo da Chevron, David O’Reilly, a visitar a região onde a companhia petrolífera Texaco operou entre 1975 e 1995.

A Texaco foi comprada em 2001 pela Chevron.

“A direção da empresa está ocultando dos acionistas a verdade do que está acontecendo no Equador. E na reunião, vamos trazer à luz a verdade”, disse Yanza à imprensa.

Junto a Yanza foram à sede de Chevron Emergildo Criollo, líder da comunidade Cofan, uma das prejudicadas, e um grupo de ativistas que protestaram diante da sede da companhia petrolífera.

Criollo contou como as ações da Texaco afetaram o tradicional estilo de vida de sua comunidade, que já não pode ir à floresta, nem ter água limpa onde pescar, da mesma forma que ocorre com outras seis tribos.

Grupos de indígenas abriram uma ação contra a companhia por considerar que os trabalhos de limpeza que fez não foram suficientes para reparar os danos ambientais, que vinculam ao aumento de casos de câncer entre a população.

A companhia petrolífera, por sua vez, alega que investiu US$ 40 milhões para limpar as piscinas de petróleo na área em que operou e que recebeu o certificado de aprovação do Governo equatoriano.

Os litigantes, que exigem da companhia petrolífera o pagamento de US$ 27 bilhões em indenização, levaram o caso até a junta anual onde, a pedido do Fundo de Pensões de Nova York e da Califórnia, dois dos acionistas debateram várias propostas sobre a política ambiental da companhia.

Finalmente, o pedido de um relatório sobre os critérios da Chevron para investir em países com histórico questionável de direitos humanos teve 26% dos votos e outra medida sobre como a companhia avalia as leis ambientais em outros países, menos de 7% de apoio.

Os litigantes também alegam que a empresa não está informando bem os acionistas sobre o caso no Equador e a respeito da possibilidade de que terão que pagar uma grande quantia de dinheiro.

Recentemente, os acionistas solicitaram à Chevron que explicasse que plano a empresa deve seguir no caso de a Justiça do Equador decidir contra a companhia.


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Grupo pede atenção de acionistas da Chevron para caso na Amazônia