O grupo cingalês Tigres de Libertação da Pátria Tâmil (LTTE, em inglês), cercado pelo Exército no nordeste do Sri Lanka, anunciou neste domingo (26) um cessar-fogo unilateral, imediatamente rejeitado pelo Governo.


 


“Em virtude da crise humanitária sem precedentes e em resposta aos apelos feitos pela ONU, a União Europeia e os Governos de Estados Unidos, Índia e outros (países), os LTTE anunciam um cessar-fogo unilateral. Todas as operações ofensivas serão suspensas imediatamente” para amenizar a situação dos civis no conflito, declarou a guerrilha num comunicado.


 


Na nota, divulgada pelo portal Tamil.net, a guerrilha pede à comunidade internacional que convença o Governo cingalês a aderir ao cessar-fogo. A iniciativa, no entanto, foi imediatamente rejeitada pelo Executivo.


 


O secretário do Ministério de Assuntos Exteriores, Palitha Kohona, afirmou que o Exército continuará com suas operações. Além disso, classificou o comunicado como um “esforço cínico” dos rebeldes para melhorar sua imagem.


 


“Os LTTE não estão em posição de pedir nem exigir nada. Eles querem declarar um cessar-fogo quando há tempos estão dominados”, afirmou.


 


No sábado (25), os tâmeis alertaram para a situação de “inanição” iminente em que se encontram 165 mil pessoas sob seu controle. A ONU, porém, calcula que na verdade haja cerca de 50 mil pessoas passando fome, enquanto o Governo estima que este número não passa de 20 mil.


 


“As mortes por fome são iminentes”, denunciou hoje a guerrilha, que acusa o Governo de, deliberadamente, impedir a distribuição de alimentos e remédios, e de atacar continuamente os civis presos em território rebelde.


 


“Os que saíram da zona de conflito foram detidos e estão em campos de concentração onde são submetidos a torturas, em violação a todas as convenções internacionais. Não permitem que essas pessoas voltem para casa. Algumas são usadas como escudo humano pelo Exército”, acrescenta a nota dos rebeldes.


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Guerrilha anuncia cessar-fogo unilateral no Sri Lanka; governo rejeita