(Por Gustavo Codas) A crise financeira internacional que, em um primeiro momento atingiu apenas as grandes potências do planeta, agora também começa a ser sentidas nos países mais pobres do mundo. O alerta foi dado pelo diretor-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn.

Para o titular, essa nova situação é definida como uma terceira onda da crise. “Inicialmente, foram as economias avançadas e depois as emergentes. Agora chegou a vez dos mais pobres serem atingidos pelo atual cenário. Esses países são mais vulneráveis”, explicou Strauss-Kahn.

As informações constam em um documento divulgado pelo FMI. De acordo com o fundo, as nações mais podres sentirão o impacto da crise principalmente por meio na queda no comércio e a retração dos investimentos estrangeiros, além de remessas de dinheiro menores de cidadãos que moram e trabalham fora de seus países de origem. Segundo o FMI, são cerca de 20 os países mais vulneráveis neste momento, sendo a metade na África.

A preocupação de Strauss-Kahn é que o número de nações nesta lista possa dobrar se o momento atual, que afeta o crescimento global e os financiamentos, piorar. Ele entende que são necessários cerca de US$ 25 bilhões em empréstimos de emergência neste ano para os países mais pobres. O titular do FMI teme que a falta de recursos possa causar uma crise humanitária nestes locais.

Para o Fundo, a recuperação da economia mundial não deve acontecer em 2009, como era previsto anteriormente. O processo de estabilização dos sistemas bancários deve ser lento, caso as políticas corretas sejam adotadas, explicou Strauss-Kahn. A principal preocupação é que mesmo com as séries de pacotes de estímulos, o processo de reestruturação dos bancos continue lento.


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Impactos da crise chegam aos países mais pobres