O Exército israelense negou o uso de fósforo branco contra alvos civis na Faixa de Gaza, segundo comunicado divulgado na quarta-feira (25/03). “A denúncia de que usamos bombas de fumaça (que contenham fósforo) de forma indiscriminada ou para ameaçar a população civil não tem fundamento”, disse o Exército.

A ONG Human Rights Watch (HRW) denunciou que Israel cometeu “crimes de guerra” ao usar bombas de fósforo branco contra a população de Gaza. A entidade apresentou também na quarta-feira (25/03) em Jerusalém o relatório “Chuva de fogo: o uso ilegal de fósforo branco em Gaza por parte de Israel”, no qual apresenta depoimentos sobre o uso desta arma durante a ofensiva militar contra Gaza, que ocorreu entre 27 de dezembro e 18 de janeiro.

“O uso do fósforo branco não está proibido, mas existem normas básicas internacionais que exigem que se tomem todas as precauções possíveis para proteger os civis, o que não foi feito com estas armas em Gaza”, disse Bill van Esveld, advogado da HRW e um dos autores do relatório.

Segundo ele, “ferir deliberadamente ou por imprudência civis de forma desnecessária constitui um crime de guerra, não só porque assim determina o primeiro protocolo adicional da Convenção de Genebra, mas também porque a norma faz parte do costume internacional que é fonte de direito”.

A HRW recolheu mais de 20 resíduos de bombas de fósforo branco de 155 milímetros (todas produzidas nos Estados Unidos) em ruas residenciais, telhados de casas, uma escola da ONU, um hospital, um mercado e outras instalações civis.

A organização acusa Israel de não ter se limitado a utilizar o fósforo branco em áreas abertas para criar cortinas de fumaça para as tropas no terreno, como permite o direito da guerra, mas de ter usado o elemento repetidamente em locais densamente povoados, causando sofrimento e mortes desnecessárias entre a população civil.

Em contato com a pele, a substância provoca profundas queimaduras e pode causar danos irreparáveis a fígado, rins e coração que levam à morte.

“Doze pessoas morreram por causa do fósforo branco e dezenas ficaram feridas, embora não tenhamos o número completo”, diz Van Esveld, que lembra que “muitas pessoas morreram com o uso de outras armas convencionais”.

“Em um primeiro momento, o Exército israelense negou ter usado fósforo branco, depois admitiu que tinha utilizado localmente e, mais tarde, admitiu que tinha usado de forma generalizada”, explica o advogado.


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Israel nega uso de fósforo branco em ataque a Gaza

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