O Uruguai realiza, neste domingo (25), o primeiro turno da eleição presidencial que pode consagrar, sem a necessidade de uma nova disputa, a vitória do candidato da governista Frente Ampla, o ex-guerrilheiro Tupamaro José Mujica, que sucederia o colega Tabaré Vázquez e teria a missão de manter a alta popularidade do atual presidente, que está na faixa dos 60%.


 


As últimas pesquisas da instituto Factum indicam que “Pepe”, como o guerrilheiro é conhecido, tem 45% das intenções, contra 38% do direitista Partido Nacional, que é comandado pelo ex-presidente Luis Alberto Lacalle, que governou de 1990 a1995. Na terceira posição, com 9% das intenções de voto, aparece Pedro Bordaberry (filho do ex-ditador Juan Bordaberry, que está preso e aguarda julgamento por violação de direitos humanos), do também direitista Partido Colorado.


 


O voto é obrigatório, no Uruguai, para todos os maiores de 18 anos, o que permite a participação de até 2,5 milhões de pessoas no pleito, e o eleito governará por até cinco anos, sem a possibilidade de reeleição. Mujica, que foi o terceiro a votar em sua zona eleitoral, no início da manhã enfrenta problemas com a direita exatamente por seu passado, uma vez que foi líder do Movimento de Liberação Nacional Tupamaros durante a década de 1960, sendo inclusive preso durante a ditadura militar.


 


A Frente Ampla, para minimizar a situação, apostou em Danilo Astori, ex-ministro da Economia, como vice, sendo que caberá a ele, em caso de vitória, a definição da equipe econômica.


 


Os uruguaios definem hoje, também, se anulam a lei de anistia a militares pelos crimes cometidos durante a ditadura e se aprovam a aplicação do “voto epistolar”, pelo correio. Muitos uruguaios que vivem na Argentina (a população, incluindo descendentes, chega a quase 500 mil pessoas) cruzaram a fronteira para votar.


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José Mujica pode se tornar presidente do Uruguai

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