BlitzEskute Blitz

Em tempos de seriedade total no cenário pop brasileiro, Evandro Mesquita trouxe de volta sua veterana Blitz para mais uma incursão bem-humorada no espinhoso mercado fonográfico nacional, como sempre recheado de músicas pegajosas e artistas mais preocupados com seus cabelereiros do que com suas aspirações artísticas.

O primeiro álbum de inéditas da banda carioca em 13 anos mantém a fórmula de seus antecessores e abre caminho para uma nova geração divertir-se com o new wave provinciano do grupo, trazendo elementos da música brasileira, do reggae e do rock dos anos oitenta para o caldeirão de influências que consagrou a formação com o megahit Você Não Soube Me Amar, lançado em 1982.

“Tá faltando isso (bom humor) na música brasileira e especialmente no rock”, comentou Evandro em entrevista recente ao Virgula Música. “Agora as bandas são muito mela-cueca, muito rock açucarado. A nossa crítica é bem humorada e a gente vem pra preencher esse espaço vazio novamente.”

Os diálogos informais, a criação de personagens bem definidos e as levadas “pra cima” renovam a fonte em que a Blitz bebeu nos anos 80 e dá gás novo para banda seguir cativando fãs com suas bases certeiras. Os destaques ficam para as faixas Baseado em Clarice, Corações na Calça Jeans, Eu Minha Gata e Meu Cachorro e a impagável Homem de Avental.

A Blitz não é virtuosa e nem uma banda especialmente técnica e genial. Mas é muito bom ver um retorno tão empolgado e cheio de jovialidade como este de Eskute. Ouça e divirta-se com as novas aventuras da Blitz. (Luiz Filipe Tavares)


MassacrationGood Blood Headbangers

Adoradores do heavy metal, podem começar a tremer: a banda que mais tirou sarro do gênero e seus clichês está de volta, quatro anos após seu álbum de estreia, o <i>Gates of Metal Fried Chicken of Death</i>.

Com o lançamento de Good Blood Headbangers, que chega às lojas pela EMI, o grupo que nasceu no programa Hermes e Renato continua ironizando, da maneira mais escrachada possível, todos os clichês utilizados por bandas de metal pesado, satanista e progressivo, em composições tão sem pé nem cabeça que é impossível não morrer de dar risada com as dez faixas do álbum.

Entre os destaques do álbum, estão The Bull (“I am very magoation / My girl made a little trairation”), The Big Heavy Metal (“Hey you / My chuchu / This is heavy metal”) e a faixa Massacration, que termina com um grupo de garotas gritando “lindo, tesão, bonito e gostosão”.

A faixa mais engraçada do álbum, aliás, se transformou em um dos momentos marcantes da cerimônia do VMB deste ano: enquanto o Massacration tocava o hit The Mummy, que contou com a participação do ícone brega Falcão, uma múmia alucinada entrou na cerimônia e assustou o crítico de música Lúcio Ribeiro, em um episódio que virou febre no Twitter.

Esse episódio do VMB ilustra bem o que é o Massacration: uma banda escrachada e sem nenhuma pretensão, que consegue divertir até o fã mais xiita do heavy metal. Entretanto, a principal qualidade do Massacration é também o tendão de Aquiles do grupo: até quando a fórmula “vamos tirar sarro dos metaleiros” vai funcionar musicalmente? É esperar para ver. (Stefanie Gaspar)


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Lançamentos mais bem humorados da semana: Blitz e Massacration