O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira que potências emergentes como Brasil e China estão em melhor situação econômica do que outros países considerados ricos, e que entraram na crise por último e saíram primeiro.



“Nações emergentes como o Brasil e a China se encontram em uma situação melhor a respeito de outros países chamados ricos”, disse Lula hoje, durante um encontro com a imprensa na cidade italiana de L’Aquila, onde até amanhã ocorre a Cúpula de Chefes de Estado e de Governo do Grupo dos Oito (G8, os sete países mais desenvolvidos e a Rússia).



“Nós entramos na crise por último e saímos primeiro. Nossa economia está atravessando um momento muito importante. Aumenta o emprego, a produção e o consumo. Em outros países, isso não acontece”, acrescentou.



Neste segundo dia de cúpula, na qual as reuniões se ampliaram também ao Grupo dos Cinco (G5, países emergentes), Lula se reuniu por 30 minutos com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.



“Nesta crise, é importante dizer que nenhum país sabe como resolvê-la. Todo o mundo deveria se reunir em torno de uma mesa e encontrar a solução”, disse o presidente brasileiro.



“Além disso, com a reforma da ONU, haverá a oportunidade de ter uma instituição multilateral que possa guiar a crise econômica. No mundo, não poderá voltar a acontecer que uma empresa qualquer possa colocar em risco uma nação”, acrescentou.



Lula abordou também diante dos jornalistas as relações bilaterais entre seu Governo e o italiano, depois que o ministro da Justiça brasileiro, Tarso Genro, decidiu, em janeiro, conceder o status de refugiado político ao ex-ativista de esquerda italiano Cesare Battisti, condenado na Itália à prisão perpétua.



Esta decisão, sobre a qual ainda precisa se pronunciar o Supremo Tribunal Federal, motivou a Itália a chamar a consultas, em 27 de janeiro, seu embaixador no país sul-americano, Michele Valensise.
“Acho que o caso Battisti não influiu negativamente nas relações entre Brasil e Itália. Sempre tivemos uma relação histórica”, disse o presidente brasileiro.



“No Brasil, vivem 30 milhões de italianos e seus descendentes. Isso vale mais do que qualquer caso. O caso Battisti é só um caso legal pertinente a nossa Corte Suprema, e, portanto, qualquer decisão corresponde apenas a esta Corte”.



Lula não quis fazer nenhum tipo de comentário sobre os escândalos que afetam o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, sobre as festas realizadas em propriedades do chefe do Governo italiano, que a Procuradoria italiana está investigando. 
 


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Lula diz que emergentes estão em situação melhor que os ricos