A ex-ministra do Meio Ambiente e pré-candidata à Presidência pelo Partido Verde (PV), Marina Silva, demonstrou temor nesta segunda-feira que interesses econômicos prevaleçam ao aplicar na região amazônica os planos contra o desmatamento.

As iniciativas de Redução de Emissões para o Desmatamento e Degradação (REDD) das Nações Unidas devem ser estruturadas em torno de um plano nacional que depois será dividido em cada estado, atendendo as suas especificidades, defendeu Marina, que advertiu contra uma possível guerra fiscal entre estes.

“Temo que prevaleça os interesses puramente econômicos. O REDD é uma ferramenta e também uma oportunidade econômica, mas principalmente deve ajudar à mudança do modelo de desenvolvimento para a redução de emissões de CO2”, disse Silva após participar de uma mesa-redonda na cúpula climática mundial de Copenhague.

Marina defendeu que as povoações afetadas sejam beneficiárias de mecanismos de desenvolvimento limpo e de um sistema misto de financiamento que combine doações de fundos com créditos a países comprometidos com uma redução mínima de emissões de 30% em seu próprio território.

A ex-ministra se opôs às declarações de alguns líderes mundiais rebaixando as expectativas do resultado da cúpula e falou sobre a importância de conquistar um compromisso “à altura dos esforços que devem ser feitos pelo bem do planeta”, deixando de lado os interesses específicos de cada país.

Marina ressaltou que ela é mais um membro da delegação brasileira em Copenhague e que espera contribuir da mesma forma “efetiva” que o resto para tentar alcançar um acordo na capital dinamarquesa.


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Marina Silva teme que interesse econômico predomine em plano na Amazônia