Mark Ndesandjo, meio-irmão do atual presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e que vive na China há sete anos, falou hoje de seu romance De Nairóbi a Shenzhen, uma história que classificou como “semiautobiográfica” e na qual aborda a violência doméstica.

“O livro foi escrito em inglês e conta a história de David, um garoto que viaja à China durante os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 e se apaixona por uma jovem com a qual tem um filho”, disse Ndesandjo à imprensa. “Ele começa a refletir sobre as complicadas relações que existiam em sua família”.

E, assim, David lembra de como o pai maltratava a mãe e das tentativas desta de convencer os filhos de que o marido, no fundo, era uma boa pessoa, contou Ndesandjo, graduado em Física pela Universidade de Brown, nos EUA.

Para escrever o livro, o meio-irmão do presidente se inspirou em sua própria história. Após passar sua juventude no Quênia, ele foi morar nos Estados Unidos, onde se formou. De lá, emigrou para a China.

No entanto, essa não é a única “coincidência” entre autor e personagem principal. Durante a entrevista coletiva, Ndesandjo afirmou ter sido agredido por seu pai, de quem Barack Obama também é filho.

“Meu pai batia em mim e na minha mãe”, disse, ao lembrar de Barack Hussein Obama Sr., que morreu em um acidente de trânsito em 1982, aos 46 anos.

“Não tenho boas lembranças de meu pai. Minha pele se endureceu emocionalmente durante muitos anos”, assegurou.

Ele ainda afirmou que as más recordações o fizeram deixar de usar o sobrenome Obama, mas que cogita voltar atrás na decisão por sentir gratidão e orgulho do meio-irmão presidente que, “nos tempos difíceis, nunca deixou de ajudá-lo”.

Ndesandjo vive há sete anos na cidade de Shenzhen – na fronteira com Hong Kong -, fala mandarim, toca piano e é casado com uma chinesa.


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Meio-irmão de Obama recorda pai violento em livro